Enquanto nos anos iniciais do ensino fundamental a distorção idade-série afetava mais os estudantes negros, nos anos finais a diferença entre brancos e negros também era evidente. A média das porcentagens ao longo dos anos compreendidos apontou que 16,8% dos estudantes negros apresentavam distorção idade-série, contra 7,6% dos estudantes brancos.
No ensino médio, a disparidade também foi evidente. Entre 2010 e 2019, em média, 36% dos estudantes negros apresentavam distorção idade-série, em comparação com 19,2% dos estudantes brancos. A diferença, apesar de ter diminuído ao longo dos anos, ainda é expressiva e revela a persistência da desigualdade racial no sistema educacional brasileiro.
Além disso, o Censo do Inep também apurou que, em média, 78,5% dos estudantes negros eram aprovados no ensino médio, enquanto a proporção de brancos aprovados era de 85%. A presença de estudantes brancos em instituições de ensino com maioria de alunos ricos também foi um ponto destacado, evidenciando a assimetria social entre os dois grupos.
Outro fator que contribui para as desigualdades no sistema educacional é a estrutura das escolas. O estudo apontou que apenas 33,2% dos professores do ensino fundamental nas escolas predominantemente negras tinham formação adequada, em comparação com 62,2% nas escolas com maioria de alunos brancos. A divisão entre escolas públicas e privadas também revelou uma desigualdade, com a presença de estudantes brancos em instituições particulares sendo 2,6 vezes maior do que a de alunos negros.
Os dados destacados no estudo revelam a persistência da desigualdade racial no sistema educacional brasileiro, evidenciando a necessidade de medidas efetivas para garantir a equidade e o acesso igualitário à educação para todos os estudantes.