No entanto, essa mudança não tem sido bem recebida por organizações ambientalistas, que consideram a alteração como um retrocesso nos esforços para combater a crise climática. As negociações para o texto final da COP28 envolvem quase 200 nações, e a eliminação dos combustíveis fósseis estava prevista nas duas primeiras versões do rascunho. Tal previsão vinha sendo apontada como um avanço no combate às mudanças climáticas.
A pressão para retirar a previsão para a eliminação dos combustíveis fósseis está sendo exercida por países grandes produtores de petróleo, como a Arábia Saudita e a Rússia. Eles preferem que a conferência em Dubai se concentre apenas na redução da poluição climática, em vez de eliminar completamente o uso de combustíveis fósseis.
O trecho do terceiro rascunho que trata dos combustíveis fósseis aponta para a necessidade de reduções profundas, rápidas e sustentadas nas emissões de gases do efeito estufa. Sugere-se a triplicação da capacidade de energia renovável em nível mundial, assim como a redução rápida e ininterrupta do uso do carvão e a limitação de novas fontes à base de carvão.
No que diz respeito à delegação brasileira, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, argumenta que o Brasil defende um texto que reduza a dependência dos combustíveis fósseis, com a liderança dos países desenvolvidos nessa redução. Além disso, o Brasil tem defendido que a COP limite o aquecimento global a 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais.
A crise climática tem sido marcada por eventos extremos, como calor excessivo, secas prolongadas e chuvas intensas, decorrentes do aumento da temperatura do planeta devido à emissão de gases do efeito estufa. Com a pressão dos países produtores de petróleo e a exclusão da previsão de eliminação dos combustíveis fósseis no terceiro rascunho, as expectativas de um acordo efetivo na COP28 são questionadas. A sociedade civil espera que as decisões finais levem em consideração a urgência em combater as mudanças climáticas e promover uma transição energética sustentável.