As áreas leiloadas fazem parte do 4º Ciclo da Oferta Permanente de Concessão (OPC) e estão localizadas nas bacias de Amazonas, Espírito Santo, Paraná, Pelotas, Potiguar, Recôncavo, Santos, Sergipe-Alagoas e Tucano. A Petrobras se destacou como uma das maiores vencedoras, arrematando 29 blocos na Bacia de Pelotas, na Região Sul. A estatal optou por participar por meio de consórcios, firmou uma parceria com a Shell, que deteve 30% dos lances vencedores, e também incluiu a chinesa CNOOC em outros três consórcios.
Por outro lado, a Chevron Brasil também fez uma boa participação no leilão, arrematando 15 blocos na Bacia de Pelotas. Além das empresas tradicionais do setor de petróleo, o leilão teve uma surpresa com a participação da Elysian, uma empresa novata criada especialmente para participar do certame. A empresa arrematou mais de 100 blocos nas bacias de Potigar, Espírito Santo e Sergipe-Alagoas, comprometendo-se com cerca de R$ 12 milhões em bônus de assinaruta.
O diretor-geral da ANP, Rodolfo Saboia, confirmou que a Elysian estava apta para participar da concorrência e justificou a escolha da realização do leilão em meio à busca global por fontes de energia sustentáveis, argumentando que a dependência do petróleo e gás não será eliminada em um futuro próximo.
Apesar da realização bem-sucedida do leilão, o evento enfrentou oposição de grupos da sociedade civil ligados a questões ambientais, que alegam que os blocos ofertados pela ANP ameaçavam territórios quilombolas, indígenas e unidades de conservação. No entanto, o diretor da ANP enfatizou que a indústria do petróleo contribui para a arrecadação de recursos essenciais para a execução de políticas públicas e para financiar a própria transição energética, justificando a realização do leilão como uma maneira de impulsionar a economia e a arrecadação de recursos para o país.
O leilão de áreas de exploração de petróleo é um tema controverso e gera discussões sobre os impactos ambientais e a transição energética necessária para enfrentar os desafios globais de sustentabilidade. A realização do leilão reflete a importância estratégica do setor de petróleo e gás na economia brasileira, mas também levanta questões sobre a necessidade de diversificar as fontes de energia e promover um desenvolvimento sustentável.