BRASIL – Artesão é condenado a 12 anos de prisão por morte de cinegrafista durante manifestação no Rio de Janeiro.

Nesta quarta-feira (13), o 3º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro proferiu a sentença contra o artesão Caio Silva de Souza, condenando-o a 12 anos de prisão em regime inicialmente fechado. O crime pelo qual ele foi condenado é o de lesão corporal seguida de morte do cinegrafista Santiago Andrade, ocorrido durante uma manifestação na Central do Brasil, no Rio, em 2014.

Inicialmente, Caio havia sido acusado de homicídio doloso qualificado por emprego de explosivo, mas a conclusão dos jurados foi de que não existiu dolo eventual em matar a vítima, levando à desclassificação do crime. A juíza Tula Correa de Mello foi responsável por proferir a sentença de Caio, que poderá recorrer em liberdade, de acordo com a decisão judicial.

A sessão de julgamento teve início na tarde de terça-feira (12) e se estendeu por quase 12 horas, terminando já na madrugada de hoje. Além da condenação de Caio, o tatuador Fábio Raposo Barbosa, também acusado de envolvimento na morte de Santiago, foi absolvido.

Durante o julgamento, Caio afirmou carregar a culpa de ter tirado a vida de um trabalhador, porém, alegou que não tinha conhecimento de que estava cometendo o crime. Segundo o artesão, Fábio se aproximou pedindo um isqueiro para acender o rojão, e ele o fez sem saber do tipo de artefato que era. A versão de Caio é de que imaginava se tratar de um fogo de artifício, e não um rojão, e que, após acendê-lo e deixá-lo no chão, saiu do local sem saber que atingiu Santiago.

Por sua vez, Fábio declarou que, durante a manifestação, pegou o objeto do chão por curiosidade, sem saber que se tratava de um rojão, e que Caio insistiu em tê-lo, entregando-o ao artesão. De acordo com o depoimento de Fábio, ele saiu do local logo em seguida devido à irritação nos olhos causada pelo gás lançado pelos policiais, não presenciando quando Caio acendeu o artefato.

Além dos depoimentos dos réus, três testemunhas de acusação e duas de defesa prestaram depoimento durante o julgamento. A sentença marca mais um capítulo no caso que chocou o país em 2014, provocando reflexões sobre segurança em manifestações e responsabilidades individuais em situações de violência.

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