Inicialmente, Caio havia sido acusado de homicídio doloso qualificado por emprego de explosivo, mas a conclusão dos jurados foi de que não existiu dolo eventual em matar a vítima, levando à desclassificação do crime. A juíza Tula Correa de Mello foi responsável por proferir a sentença de Caio, que poderá recorrer em liberdade, de acordo com a decisão judicial.
A sessão de julgamento teve início na tarde de terça-feira (12) e se estendeu por quase 12 horas, terminando já na madrugada de hoje. Além da condenação de Caio, o tatuador Fábio Raposo Barbosa, também acusado de envolvimento na morte de Santiago, foi absolvido.
Durante o julgamento, Caio afirmou carregar a culpa de ter tirado a vida de um trabalhador, porém, alegou que não tinha conhecimento de que estava cometendo o crime. Segundo o artesão, Fábio se aproximou pedindo um isqueiro para acender o rojão, e ele o fez sem saber do tipo de artefato que era. A versão de Caio é de que imaginava se tratar de um fogo de artifício, e não um rojão, e que, após acendê-lo e deixá-lo no chão, saiu do local sem saber que atingiu Santiago.
Por sua vez, Fábio declarou que, durante a manifestação, pegou o objeto do chão por curiosidade, sem saber que se tratava de um rojão, e que Caio insistiu em tê-lo, entregando-o ao artesão. De acordo com o depoimento de Fábio, ele saiu do local logo em seguida devido à irritação nos olhos causada pelo gás lançado pelos policiais, não presenciando quando Caio acendeu o artefato.
Além dos depoimentos dos réus, três testemunhas de acusação e duas de defesa prestaram depoimento durante o julgamento. A sentença marca mais um capítulo no caso que chocou o país em 2014, provocando reflexões sobre segurança em manifestações e responsabilidades individuais em situações de violência.