BRASIL – Defesa de Bolsonaro afirma que publicação de vídeo após atos golpistas foi acidental, aponta necessidade de perícia para análise.

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro se pronunciou nesta terça-feira (19) ao Supremo Tribunal Federal (STF) a respeito da publicação de um vídeo após os atos golpistas de 8 de janeiro, alegando que a postagem foi feita de forma acidental. O vídeo, que foi apagado por Bolsonaro duas horas após a publicação, foi recuperado na semana passada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

No dia 13 de janeiro, o ministro Alexandre de Moraes incluiu Bolsonaro na investigação sobre a invasão às sedes do Três Poderes, com o objetivo de apurar se o ex-presidente incitou os atos ao compartilhar o vídeo nas redes sociais em 10 de janeiro. A gravação abordava o questionamento da regularidade das eleições de 2022, durante uma entrevista à Rádio Hora 92,3, feito por um procurador do estado de Mato Grosso.

A petição dos advogados de Bolsonaro contesta a inclusão do vídeo na investigação pela PGR, alegando que a gravação foi retirada da plataforma Metamemo.org e afirmando a necessidade de uma perícia para analisar a veracidade do conteúdo.

A defesa destacou a importância de cautela ao analisar o conteúdo como prova, levando em consideração que a recuperação do vídeo não reflete necessariamente fielmente o conteúdo do vídeo original, pois foram feitos por contextos e provedores diferentes. Alegam que a associação entre um vídeo apagado e um supostamente salvo não pode ser tomada como uma correspondência definitiva e que a noção de que o vídeo recuperado reflete fielmente o conteúdo do vídeo deletado é uma conjectura sensível, porém, não incontestável.

Antes da recuperação da gravação, Alexandre de Moraes havia dado prazo de 48 horas para o Facebook enviar o vídeo à Corte, mas a plataforma informou que a publicação foi apagada por Bolsonaro e “não está disponível nos servidores da empresa”.

A defesa de Bolsonaro está se posicionando de forma a contestar a inclusão do vídeo na investigação, defendendo que a recuperação do vídeo não é uma prova definitiva e levantando dúvidas sobre a veracidade da gravação recuperada pela PGR. A situação continua sendo acompanhada de perto pelo STF e pela opinião pública, à medida que desdobramentos continuam a acontecer.

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