BRASIL – Efeito da classificação de risco por agências estrangeiras na economia brasileira

A classificação de risco por agências estrangeiras é uma medida que determina a confiança dos investidores internacionais na economia de um país. As notas atribuídas pelas agências servem como referência para os juros dos títulos públicos, que representam o custo para o governo pegar dinheiro emprestado dos investidores. Além disso, as agências também avaliam a capacidade de as empresas honrarem seus compromissos financeiros.

O grau de investimento funciona como um atestado de que os países não correm risco de dar calote na dívida pública. Abaixo dessa categoria, está o grau especulativo, cuja probabilidade de deixar de pagar a dívida pública aumenta à medida que a nota diminui. Quando um país dá calote, os títulos passam a ser considerados como de lixo. O mesmo vale para as empresas.

As agências mais reconhecidas pelo mercado são a Fitch, a Moody’s e a Standard & Poor’s (S&P), que periodicamente enviam técnicos aos países avaliados para analisar as condições da economia. Uma avaliação positiva faz um país e suas empresas levantarem recursos no mercado internacional com custos menores e melhores condições de pagamento.

Uma boa classificação atrai investimentos estrangeiros ao país e fundos de pensão estrangeiros investem apenas em países com grau de investimento concedido por pelo menos duas agências de classificação de risco. Caso contrário, o país passa a ser considerado de grau especulativo.

Em 2008, o Brasil tinha sido elevado à categoria de grau de investimento. No entanto, em setembro de 2015, a S&P retirou o grau de investimento do país e concedeu perspectiva negativa, o que abriu caminho para que a nota fosse reduzida novamente em fevereiro de 2016. A Fitch e a Moody’s também rebaixaram a nota do Brasil, retirando o grau de investimento do país em fevereiro de 2016.

Atualmente, o Brasil está dois níveis abaixo do grau de investimento na S&P e na Moody’s. A Fitch mantém o país três níveis abaixo do grau de investimento, com perspectiva estável, sem chances de mexer na classificação nos próximos meses.

Embora as notas sirvam de parâmetro para credibilidade de governos e de empresas no mercado financeiro, as agências de classificação de risco enfrentam críticas por terem errado nos prognósticos. Em 2013, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos abriu investigação contra a Standard & Poor’s por suspeita de fraude na classificação de produtos hipotecários e, em fevereiro de 2015, a agência pagou uma multa de US$ 1,37 bilhão pelo papel na crise de 2008.

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