A Localyne Turismo e Transporte, empresa responsável pelo transporte escolar do município de Maceió, vem sendo alvo de constantes reclamações e denúncias devido à má qualidade do serviço ofertado aos alunos da rede municipal de ensino. As queixas partem também dos próprios profissionais da educação de Maceió, que relatam que alunos são transportados em pé. Além disso, os ônibus estariam fazendo rotas com o dobro de alunos do que o recomendado. Na Escola Municipal Paulo Bandeira, no Benedito Bentes, documentos apontam que a empresa chega a transportar mais de 80 estudantes em uma só viagem.
Em documentos e relatórios produzidos pelos gestores das unidades escolares maceioenses, os mesmo afirmam que os estudantes enfrentam calor, além de serem transportados em veículos antigos e sujos em condições precárias que oferecem “risco à integridade física dos alunos e trabalhadores”. Segundo eles, as queixas são encaminhadas mensalmente à Semed, mas nenhuma providência é tomada. Diretores de unidades municipais afirmam ainda que a Semed é omissa aos chamados e reclamações abertas. O Atesto de Transporte Escolar de várias unidades chama atenção ao relatar que 70 ou 80 crianças estão sendo transportadas por rota, quando o ideal para manter os alunos em segurança seria de 40 crianças por veículo.
O problema pode ser visto de perto na garagem da Localyne, localizada no bairro do Farol, que acomoda ônibus quebrados e parados no pátio, apresentando pneus carecas e desgastados, e até mesmo com para-choques quebrados, bancos sujos e empoeirados, sem ar-condicionado, ou cinto de segurança. Em nota, divulgada no dia 8 de novembro, a Secretaria divulgou que a frota de ônibus escolares em Maceió soma 207 veículos, sendo 27 próprios da Secretaria Municipal de Educação. São 235 rotas de transporte, atendendo 13 mil alunos, em 91 escolas.
O órgão afirmou que: “A Secretaria Municipal de Educação (Semed) tem trabalhado e vem buscando alternativas para ampliar e modernizar a rota.”, o que, de acordo com as denúncias, não é a realidade. Uma funcionária da Escola Municipal Major Bonifácio Silveira, localizada na Gruta De Lourdes, que não quis se identificar, por medo de represálias relatou: “não tem quem não reclame do serviço, seja pai, aluno ou funcionário.”
Ela critica ainda a posição da Secretária de Educação de Maceió, Jó Pereira. A servidora comenta que, desde o início do mandato da secretária, em maio de 2023, nada melhorou: “Não tem como defender, depois que ela assumiu, nada se resolve”, completando que a secretaria “não colabora como deveria, estamos sozinhos para tudo.” Após solicitação da diretora da Localyne, a assessoria de imprensa da empresa foi procurada, mas não apresentou respostas. A Secretaria Municipal de Educação também não respondeu.
