De acordo com o MPF, o montante de R$ 10 milhões seria suficiente para a manutenção de um alojamento com capacidade para 200 pessoas funcionando por um ano, incluindo despesas com alimentação, higiene, vestuário e atendimento profissional de assistência social, entre outros serviços essenciais. Segundo o Ministério Público, esse cálculo foi feito com base em um relatório da Secretaria de Desenvolvimento e Assistência Social de Guarulhos e é mais econômico do que as estimativas do governo federal em relação às medidas isoladas adotadas até o momento.
O MPF ressalta que o aeroporto de Guarulhos é o único no Brasil que recebe voos do Afeganistão e tem abrigado refugiados do país asiático desde o ano passado. Segundo o órgão, nos últimos 16 meses, a administração do aeroporto registrou a presença de 150 afegãos no acampamento improvisado. O MPF destaca que, embora tenham sido realizadas ações pontuais por órgãos municipais e entidades da sociedade civil, o problema persiste devido à falta de uma iniciativa estruturada para atender os refugiados.
Recentemente, os ministérios da Justiça e Segurança Pública e das Relações Exteriores publicaram uma portaria que condiciona a concessão de visto temporário a afegãos à vagas em abrigos que tenham acordo com a União. Especialistas e pessoas envolvidas no acolhimento de refugiados expressaram preocupação com os termos da portaria, alegando que ela poderia resultar em uma maior lentidão na emissão de vistos humanitários, devido à redução de embaixadas responsáveis por essa função.
A Agência Brasil entrou em contato com os ministérios da Justiça e Segurança Pública, das Relações Exteriores e dos Direitos Humanos e da Cidadania, porém aguarda retorno. A situação dos refugiados afegãos em Guarulhos continua a ser acompanhada com atenção pelas autoridades e pela sociedade civil.