BRASIL – Protesto na Plaza de Mayo marca oposição a medidas econômicas de novo presidente da Argentina, Javier Milei. Presença policial e detenções geram tensão.

Movimentos populares e organizações sociais da Argentina protagonizaram a primeira grande mobilização na Plaza de Mayo contra as medidas econômicas anunciadas pelo novo presidente do país, Javier Milei. O ato foi marcado pela forte presença policial, momentos de tensão e pessoas detidas, o que pôs à prova o protocolo “antipiquetes” do Ministério da Segurança, comandado por Patricia Bullrich.

O líder do grupo de protesto de esquerda, Polo Obrero, Eduardo Belliboni, afirmou que se tratava de uma mobilização pacífica e que não queriam nenhum tipo de confronto. No entanto, antes da chegada à emblemática praça de Buenos Aires, houve um foco de confusão entre polícia e manifestantes, resultando em duas pessoas detidas e um policial ferido no braço. Apesar disso, a marcha seguiu em direção à Plaza de Mayo.

O ato ocorreu depois que Bullrich apresentou um “protocolo” para manter a ordem pública, que permite que as forças federais impeçam os manifestantes de realizar protestos que bloqueiem vias. Algumas organizações sociais disseram que o protocolo vai longe demais e compromete o direito de protestar.

Durante o protesto, os manifestantes levavam cartazes dizendo “não ao ajuste de Milei”, “abaixo ao plano motosserra de ajuste de Milei” e “não ao protocolo de Bullrich”. Na praça, as organizações envolvidas no ato leram um documento no qual avisavam que “encherão as ruas e praças de todo o país” em “defesa do direito ao protesto” e contra o “plano de ajuste e miséria” do novo governo.

O presidente Javier Milei acompanhou o desenrolar dos protestos e o desempenho do plano de segurança de Bullrich do Departamento Central de Polícia.

Milei, que assumiu o cargo no início do mês, tem anunciado nos últimos dias planos abrangentes para reformar a economia e reprimir protestos, criando um possível confronto com grupos sociais que têm se comprometido a se opor à sua “terapia de choque”. Ele anunciou uma desvalorização de 54% do peso, cortes em subsídios e o fechamento de alguns ministérios do governo, ações, segundo Milei, necessárias para enfrentar a aguda crise econômica da Argentina. Ao mesmo tempo, ele anunciou aumento no pagamento de programas sociais, mas avisou que as pessoas que bloquearem as ruas em protestos poderão perder o direito de receber benefícios do Estado. Em resumo, a medida de Milei dividiu opiniões, gerando confronto entre manifestantes e forças de segurança.

A mobilização na Plaza de Mayo demonstra a insatisfação de amplos setores da sociedade argentina com as políticas econômicas do novo governo, e o confronto entre governo e oposição promete continuar marcando a agenda política do país.

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