Além disso, na terça-feira (19), a prefeitura e o Ministério Público anunciaram que a Universidade Nove de Julho devolverá aos cofres públicos R$1,050 bilhão referente a uma ação civil de improbidade administrativa e transação tributária por fatos ocorridos entre 1999 e 2022. Desse montante, parte será destinada à aquisição e desapropriação da área do Parque do Rio Bixiga.
As entidades e ativistas que lutam pela criação do parque afirmaram que foram pegos de surpresa com o acordo, ressaltando que ainda há muito trabalho pela frente para a concretização do projeto. O Movimento Parque do Rio Bixiga e a Associação Teatro Oficina Uzyna Uzona já possuem um projeto pronto para a utilização do terreno, idealizado pela arquiteta Lina Bo Bardi como uma extensão do teatro.
O ator do Oficina, Marcelo Drummond, viúvo de Zé Celso, destacou a emoção do início da luta pela criação do parque, enfatizando a importância de continuar mobilizados. A atriz e diretora do Oficina, Camila Mota, ressaltou que a causa ainda não está ganha e que é necessário manter o engajamento.
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, informou que o projeto para utilização dos recursos na construção do Parque do Bixiga será encaminhado à Câmara Municipal para debate antes de qualquer decisão. Na casa legislativa, já existe um projeto em tramitação que dispõe sobre a criação e funcionamento do parque. A aprovação definitiva depende de uma segunda votação.
O projeto do parque prevê a descanalização do rio, a reativação de áreas verdes, espaço para lazer e atuação cênica como extensão do Teatro Oficina. A arquiteta cênica do Teatro Oficina, Marília Gallmeister, destacou a importância do terreno, que possui 11 mil metros quadrados, para a prática da cultura do teatro e a potencialidade de reflorestamento do local, restaurando um bioma no coração de São Paulo. Todo esse cenário ainda é motivo de muita expectativa e luta para os defensores do Parque do Rio Bixiga.