BRASIL – Ministério da Justiça inicia série de investigações após prisão de líder de milícia no Rio de Janeiro.

O secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, foi enfático ao dizer que a prisão do miliciano Luís Antônio da Silva Braga, conhecido como Zinho, não marca o fim de um trabalho, mas sim o início de uma extensa investigação para desvendar possíveis conexões políticas e financeiras das organizações criminosas com as quais ele esteve envolvido. Segundo informações divulgadas, Zinho estava foragido desde 2018 e acumulava 12 mandados de prisão. Ele se entregou espontaneamente à Superintendência Regional da Polícia Federal no domingo (24).

O miliciano é apontado como o maior chefe de milícia do Rio de Janeiro e seria o responsável por uma série de ataques que resultaram no incêndio de mais de 30 ônibus na região metropolitana do Rio, em outubro de 2023. Cappelli reforçou que a prisão de líderes de organizações criminosas não é o suficiente e que é preciso aprofundar as investigações para desmantelar suas conexões políticas e financeiras.

Durante uma reunião preparativa para um ato em prol da democracia, programado para janeiro de 2024, em Brasília, o secretário salientou a importância de devolver a autoridade sobre o território ao Estado e ao povo do Brasil e do Rio de Janeiro. Ele também mencionou a possibilidade do Ministério da Justiça pagar recompensas em dinheiro por informações relevantes que levem à elucidação de crimes e à prisão de pessoas procuradas, conforme estabelecido na Portaria 570/2023, assinada pelo ministro da Justiça, Flávio Dino.

A portaria prevê a possibilidade de pagamento de recompensas com valores entre R$ 30 mil e R$ 100 mil, levando em consideração critérios como a gravidade do crime, eficácia da informação para a resolução do fato e prisão do procurado, e riscos à vida e à integridade física do informante. Cappelli enfatizou que os valores terão como base critérios técnicos e parâmetros definidos pelas autoridades, seguindo melhores práticas internacionais.

No entanto, ele ressaltou que os recursos a serem utilizados para pagar as recompensas ainda precisam ser definidos, mas ressaltou que tecnicamente é possível encontrar o caminho para o pagamento dessas recompensas se houver vontade ou decisão política. A questão técnica e burocrática será avaliada para permitir a utilização dos recursos públicos, como o Fundo Nacional de Segurança Pública, para esse fim.

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