Esses dados foram divulgados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos em 17 capitais brasileiras.
A tendência de redução no valor da cesta básica foi confirmada pelo Dieese, que destacou ainda a revalorização do salário mínimo e a ampliação da política de transferência de renda como fatores que contribuíram para aliviar as famílias brasileiras, que enfrentaram aumentos de preços dos alimentos acima da média da inflação nos últimos anos.
A entidade alertou para desafios futuros em 2024, como a questão climática, conflitos externos, a desvalorização do câmbio que estimula a exportação e o impacto da demanda externa sobre os preços dos produtos.
No período entre novembro e dezembro de 2023, o valor da cesta básica subiu em 13 cidades, com destaque para Brasília (4,67%), Porto Alegre (3,70%), Campo Grande (3,39%) e Goiânia (3,20%). As diminuições ocorreram em Recife (-2,35%), Natal (-1,98%), Fortaleza (-1,49%) e João Pessoa (-1,10%).
O Dieese ainda ressaltou que o maior custo da cesta foi registrado em Porto Alegre (R$ 766,53), seguido por São Paulo (R$ 761,01), Florianópolis (R$ 758,50) e Rio de Janeiro (R$ 738,61). Já os menores valores médios foram observados em Aracaju (R$ 517,26), Recife (R$ 538,08) e João Pessoa (R$ 542,30).
Considerando a cesta mais cara, em dezembro de 2023, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 6.439,62, ou 4,88 vezes o valor atual do salário mínimo, de R$ 1.320,00.
O Dieese leva em consideração a determinação constitucional de que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.
Em dezembro de 2023, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 109 horas e três minutos, considerando o trabalhador remunerado pelo salário mínimo. Em novembro, a jornada necessária era de 107 horas e 29 minutos. Em dezembro de 2022, a média era de 122 horas e 32 minutos.
O levantamento também mostrou que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu 53,59% do rendimento para adquirir os produtos da cesta básica em dezembro de 2023, enquanto em novembro este valor era de 52,82%. Em dezembro de 2022, o comprometimento era de 60,22%.