Embora a troca no cargo de primeiro-ministro não deva acarretar mudanças políticas significativas, ela sinaliza a determinação de Macron em tentar superar as impopulares reformas da previdência e imigração do ano passado, além de melhorar as chances de seu partido centro na votação da União Europeia que acontecerá em junho.
Pesquisas de opinião indicam que a ala de Macron está oito a dez pontos percentuais atrás do partido da líder de extrema-direita Marine Le Pen. A nomeação de Attal, que é um aliado próximo de Macron e ganhou destaque como porta-voz do governo durante a pandemia da covid-19, é vista como uma tentativa do presidente de reforçar sua equipe.
Attal substituirá a primeira-ministra Elisabeth Borne e é considerado um dos políticos mais populares do país de acordo com pesquisas recentes. Ele se mostrou atuante como ministro, participando de programas de rádio e mostrando desenvoltura no Parlamento.
Macron expressou sua confiança em Attal, afirmando que conta com sua energia e dedicação para implementar suas iniciativas políticas de revitalização. Attal será o primeiro-ministro mais jovem da França e também o primeiro a se assumir publicamente como gay.
O deputado Patrick Vignal comparou Attal ao Macron de 2017, considerando ambos figuras populares e dinâmicas em suas respectivas posições. No entanto, Macron tem enfrentado dificuldades para lidar com um Parlamento mais conturbado desde que perdeu a maioria absoluta após a reeleição em 2022.
Apesar das expectativas positivas em relação à nomeação de Attal, líderes da oposição não demonstraram muita confiança de que a mudança de primeiro-ministro resultará em grandes alterações, pois Macron ainda mantém um alto controle sobre as decisões do governo.
Em suma, a nomeação de Gabriel Attal como primeiro-ministro representa um movimento surpreendente de Macron em busca de renovar sua equipe e fortalecer seu governo antes das próximas eleições. A atuação de Attal como ministro da Educação e seu carisma podem contribuir para uma revitalização do governo, mas é certo que Macron ainda continuará exercendo grande influência sobre as políticas implementadas por sua gestão.