Em dezembro, todos os nove grupos de produtos e serviços analisados pela pesquisa registraram altas. O destaque foi para o grupo de alimentação e bebidas, que teve o maior impacto sobre o resultado geral da inflação, com uma alta de 1,11%. Os preços da batata-inglesa, do feijão-carioca, do arroz e das frutas subiram, enquanto o preço do leite longa vida baixou pelo sétimo mês seguido.
André Almeida, gerente do IPCA, explicou que o aumento da temperatura e o maior volume de chuvas em diversas regiões do país influenciaram a produção dos alimentos, principalmente os in natura, como os tubérculos, hortaliças e frutas. Além disso, o clima desfavorável afetou a produção de arroz, e a redução da área plantada e o aumento do custo de fertilizantes contribuíram para a alta do feijão.
No grupo dos transportes, as passagens aéreas continuaram subindo em dezembro, enquanto todos os combustíveis pesquisados tiveram deflação. Já em habitação, a energia elétrica residencial, a taxa de água e esgoto e o gás encanado registraram altas.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) também registrou alta de 0,55% em dezembro, acumulando aumento de 3,71% no ano. Os preços dos produtos alimentícios aceleraram no último mês de 2023, assim como os preços dos produtos não alimentícios.
O resultado acumulado do ano do INPC ficou abaixo do IPCA, principalmente por conta do maior peso que o grupo alimentação e bebidas tem dentro da cesta. A alta da inflação em dezembro foi impulsionada pela alimentação e bebidas e pelos transportes, enquanto os demais grupos também registraram aumentos. No geral, o resultado ficou dentro da meta estabelecida pelo CMN, o que indica um bom controle da inflação ao longo do ano de 2023.