O encontro entre os presidentes aconteceu no Palácio do Itamaraty em Brasília e foi seguido por um almoço. Esta foi a primeira visita oficial de Peña ao Brasil desde que assumiu o governo do Paraguai em agosto do ano passado.
Lula anunciou que o Brasil pretende rediscutir a questão das tarifas da Itaipu e que há divergências nesse sentido, mas que estão dispostos a encontrar uma solução conjuntamente nos próximos dias. Ele também expressou o interesse em resolver a questão o mais rapidamente possível para apresentar uma solução definitiva para a gestão da Itaipu.
Durante a reunião, foi lembrado que o Conselho de Administração de Itaipu aprovou o valor de US$ 16,71 por quilowatt em abril do ano passado, mas, logo em seguida, Peña foi eleito presidente e defendeu publicamente um aumento no preço da energia vendida ao Brasil, provocando divergências entre os dois países.
Essa foi a quarta reunião entre Lula e Peña desde o ano passado e em todas, o tema do preço da energia de Itaipu esteve no centro das discussões, porém, nenhum acordo foi anunciado até o momento.
A revisão do Anexo C do Tratado de Itaipu, que dispõe sobre as bases financeiras e de prestação dos serviços de eletricidade da usina, também foi discutida, uma vez que a empresa conta com um orçamento anual de cerca de US$ 3,5 bilhões. Com a quitação da dívida do Paraguai com a construção da hidrelétrica em fevereiro do ano passado, o Anexo C poderá ser revisado, de acordo com o tratado.
Além disso, durante a reunião, foi mencionado o convite feito a Santiago Peña para uma visita conjunta dos dois presidentes a Porto Murtinho, em Mato Grosso do Sul, onde está sendo construída uma nova ponte de integração binacional entre Brasil e Paraguai. A obra, que está sendo realizada do lado brasileiro com um investimento de R$ 472,4 milhões, terá um prazo de 26 meses para conclusão e envolve a construção de um trecho de 13 quilômetros ligando a BR-267 ao acesso à ponte, além da pavimentação de um contorno rodoviário em Porto Murtinho até a cidade paraguaia de Carmelo Peralta. Também está prevista a construção de um centro aduaneiro do lado brasileiro.
