Os atletas de remo do Vasco praticam o esporte na Lagoa Rodrigo de Freitas, na zona sul, e o adolescente voltava do treino para sua casa, no Morro do Tuiutí, na zona norte. Ele foi retirado do ônibus por policiais militares e levado para a delegacia.
“Foi registrado boletim de ocorrência enquadrando o jovem, que é negro, como ‘adolescente infrator’, acusado de furtar um aparelho de telefone celular”, diz a nota oficial do clube em suas redes sociais. “O fato do jovem ter se apresentado como atleta do Vasco da Gama e mostrado documento do clube foi desconsiderado. A autoridade policial não fez contato com o Vasco da Gama.”
O Vasco da Gama informou que acionou seu departamento jurídico para atuar em representação de seu jovem remador buscando a reparação da injustiça praticada. A Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro também foi procurada pela família do atleta e está com o caso, segundo a assessoria de imprensa do órgão.
A assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar confirmou que policiais detiveram o adolescente na noite da última segunda-feira. De acordo com a Polícia Militar, os policiais foram acionados para atender uma ocorrência de furto na Avenida Presidente Vargas, no centro do Rio de Janeiro.
Os policiais militares teriam sido acionados para atender uma ocorrência de furto na Avenida Presidente Vargas, no centro do Rio de Janeiro. Segundo a PM, os agentes foram acionados pelas vítimas do fato, que relataram aos militares que os suspeitos estavam a bordo de um ônibus da Linha 472, que trafega entre a zona sul e a zona norte do Rio. Na ação, quatro menores foram abordados pelos policiais e com o grupo, os agentes localizaram dois aparelhos de telefone celular.
Apesar dos telefones terem sido devolvidos às vítimas, uma delas acompanhava a equipe até a unidade policial, onde não reconheceu os envolvidos como autores do furto. Os adolescentes foram conduzidos à 4ª Delegacia de Polícia (Praça da República), onde o fato foi registrado e, posteriormente, todos foram liberados.
O comando do 5° BPM instaurou um procedimento apuratório para analisar a conduta dos policiais. A corporação ressaltou que não compactua com quaisquer desvios ou qualquer tipo de ato discriminatório cometido por policiais militares. A situação do atleta do Vasco da Gama gerou indignação e levantou debates sobre o racismo e a atuação policial no país. A família e o clube buscam respostas e reparação para a injustiça que alegam ter sofrido.