De acordo com Canedo, as comportas do sistema não estão funcionando adequadamente devido à falta de manutenção nos últimos dez anos. Além disso, a população contribui para o problema ao despejar lixo e provocar o assoreamento dos rios. Essa conjunção de problemas resulta em inundações recorrentes na Baixada Fluminense.
O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) informou que a Baixada Fluminense está localizada abaixo do nível do mar, o que contribui para a dificuldade no escoamento da água. O Inea instalou bombas em Duque de Caxias para auxiliar no extravasamento da água acumulada, mas Canedo ressalta que a Holanda e Veneza também são regiões baixas e planas e não sofrem com inundações constantes como a Baixada Fluminense.
Para tentar solucionar o problema das enchentes na região, foi criado o Projeto Iguaçu, que visava recuperar ambientalmente as bacias da Baixada Fluminense e da zona oeste do Rio de Janeiro. O projeto recebeu investimentos de R$ 270 milhões do governo federal, mas a falta de recursos e a crise econômica levaram à paralisação das obras.
Canedo acredita que o Projeto Iguaçu ainda pode ser retomado, pois se trata de uma conquista da sociedade e não deve ser abandonado. Ele destaca a importância de não permitir que as obras realizadas se percam e enfatiza que o projeto está incluído no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal.
O professor da Coppe também ressalta a importância de uma análise abrangente da bacia hidrográfica como um todo, evitando a realização de obras que apenas desloquem os problemas para outras áreas. Dessa forma, o enfrentamento das enchentes na Baixada Fluminense demanda um conjunto de medidas que incluem a manutenção do sistema de drenagem, o combate ao acúmulo de lixo e a retomada do Projeto Iguaçu com investimentos adequados.