BRASIL – “Ministro da Fazenda atribui déficit nas contas públicas a precatórios atrasados deixados pelo governo anterior”

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, revelou que o déficit nas contas públicas em 2023 foi ocasionado, em grande parte, pelo pagamento de precatórios atrasados herdados do governo anterior. Em 2022, o déficit atingiu R$ 230,54 bilhões, sendo o segundo maior da história, ficando atrás apenas do ano de 2020, quando a pandemia de covid-19 ocasionou um déficit de R$ 743,25 bilhões. O déficit primário representa o resultado negativo das contas do governo sem os juros da dívida pública.

De acordo com Haddad, o resultado negativo é fruto da decisão do governo de quitar as dívidas deixadas pelo governo anterior, incluindo a dívida de precatórios e a falta de pagamento de ICMS sobre combustíveis aos governadores. O ministro afirmou que quase metade dos R$ 230 bilhões é referente ao pagamento de dívidas do governo anterior que poderiam ser prorrogadas para 2027.

A quitação dos precatórios foi realizada após um acordo com o Supremo Tribunal Federal (STF), e sem esse pagamento, as contas do Governo Central teriam fechado o ano com um déficit de R$138,1 bilhões, o que equivale a 1,3% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. A ausência do socorro financeiro para estados e municípios teria reduzido o déficit para R$ 117,2 bilhões, representando 1,1% do PIB.

Em dezembro, o déficit primário somou R$ 116,15 bilhões, principalmente devido à quitação dos precatórios em atraso. As dívidas do governo com sentença judicial definitiva foram parceladas ou adiadas após uma emenda constitucional em 2021. O governo buscou quitar a dívida no ano passado para evitar um passivo de R$ 250 bilhões até o fim de 2026.

O déficit de dezembro foi o maior já registrado para o mês desde que a série histórica começou em 1997. O Tesouro Nacional informou que, sem os precatórios, o resultado negativo teria sido de R$ 23,8 bilhões, valor abaixo da estimativa das instituições financeiras.

Apesar da quitação dos precatórios, o déficit ficou dentro da meta estabelecida pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) do ano passado, que era de R$ 231,5 bilhões.

Fernando Haddad também destacou que o governo priorizou, no primeiro ano, “passar a régua neste legado tenebroso de desorganização das contas públicas”. A decisão de quitar as dívidas do governo anterior foi tomada como uma medida para reorganizar as finanças do país e estabelecer um novo caminho para a economia.

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