A iniciativa, que já visitou 12 cidades de seis estados, tem como foco ouvir as dificuldades enfrentadas pelas famílias das etnias Calon e Rom, as mais expressivas do país. O secretário de Políticas para Quilombolas, Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana, Povos de Terreiros e Ciganos, Ronaldo dos Santos, ressaltou a importância de conhecer melhor a diversidade e as necessidades dos povos ciganos, uma vez que pouco se sabe sobre eles.
Segundo Santos, os ciganos brasileiros vivem em diversos cenários, desde o nomadismo até a territorialização e semiterritorialização. Com base nessa realidade, o governo planeja lançar uma política nacional para os ciganos no Dia do Povo Cigano, em 24 de maio.
As reivindicações das comunidades ciganas incluem políticas públicas e proteção, devido à discriminação e ao anticiganismo que enfrentam. A invisibilidade desses povos foi uma forma de autoproteção devido às perseguições que sofreram ao longo da história. Santos ressalta a importância de compreender os processos de diálogo com essas comunidades, considerando o histórico de perseguição e a desconfiança em relação ao Estado.
Um dos desafios enfrentados pelo Estado é identificar essas comunidades, já que há uma estimativa de cerca de 1 milhão de pessoas ciganas no Brasil, mas esse número pode ser subnotificado. Muitos ciganos temem ser identificados como tal e, por isso, não estão incluídos em cadastros e não recebem os benefícios sociais a que têm direito.
A caravana Brasil Cigano traz à tona a necessidade de uma atenção especial a essas comunidades que, por muito tempo, foram excluídas e marginalizadas. A iniciativa busca construir uma relação de confiança e responsabilidade com os povos ciganos, visando suprir a dívida histórica que o Brasil tem com essas pessoas.