BRASIL – Ministro da Fazenda diz que continuidade da queda da Taxa Selic dependerá do exterior

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a continuidade da queda da Taxa Selic, os juros básicos da economia, dependerá do cenário internacional. Segundo ele, caso os Bancos Centrais das economias avançadas comecem a reduzir os juros ainda neste semestre, haverá espaço para novas quedas das taxas no Brasil no segundo semestre. Haddad ressaltou que, por tudo que ouviu nas viagens que fez, não parecia o mais provável que o ciclo de cortes no exterior comece em março, mas no primeiro semestre parece realista. A fala ocorreu antes da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), que decidiria o futuro da Taxa Selic, atualmente em 11,75% ao ano.

De acordo com o ministro, os números preliminares da economia em janeiro estão bastante razoáveis, o que deixa o governo confiante de que podem ter um ano acima das expectativas, como aconteceu em 2023. Ele também destacou que o governo está tomando medidas para melhorar o ambiente de negócios e o crescimento econômico em 2024, como a implementação do Novo Marco de Garantias, sancionado em outubro e ainda pendente de regulamentações. Segundo Haddad, o Marco de Garantias tem o potencial de mudar o padrão de crédito no país, o que impulsionará o crescimento.

Além disso, o ministro comentou a alta da Dívida Pública Federal que terminou 2023 em R$ 6,52 trilhões, crescendo cerca de R$ 500 bilhões no ano passado. Ele ressaltou que boa parte da alta em 2023 decorre de heranças do governo anterior, como a quitação de precatórios (dívidas do governo com sentença judicial definitiva) e a ajuda financeira a estados para compensar a redução do imposto estadual sobre os combustíveis.

Na mesma linha, Haddad comentou que o déficit primário do Governo Central ficou em R$ 230,54 bilhões, o pior resultado para as contas públicas desde 2020, devido ao pagamento de cerca de R$ 92 bilhões em precatórios atrasados. No entanto, ele ressaltou que o governo espera fechar 2024 com crescimento da economia acima de 2% e está confiante de que encerrará o ano melhor do que as previsões. Em novembro, a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda divulgou projeção de avanço de 2,2% no Produto Interno Bruto (PIB) em 2024, enquanto o Fundo Monetário Internacional (FMI) elevou a expectativa de crescimento do PIB neste ano de 1,5% para 1,7%.

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