EDITORIAL – “Governo JHC: Dinheirama para os artistas nacionais e esmolas para a cultura local”

“Os músicos e artistas locais em Maceió vivenciam uma realidade desafiadora devido à notável ausência de representatividade na Câmara Municipal. Além de enfrentarem situações de necessidade, alguns chegam a passar por privações, inclusive fome, devido à falta de pagamento pelos cachês de apresentações do São João do ano passado. A insatisfação é agravada pelo sentimento de desprestígio por parte do prefeito JHC, que, segundo críticos, negligencia a lei ao não destinar os obrigatórios 50% do orçamento para os artistas locais”. A afirmação é do diretor do A Notícia, Wellington Sena.

Confira o editorial

Os eventos recentes na cidade, como o Verão Massayó e as prévias do Carnaval de 2024, lançam luz sobre a preocupante dinâmica cultural sob a gestão do prefeito João Henrique Caldas. A equação parece simples, porém, os resultados revelam uma disparidade alarmante: mais investimento em atrações nacionais significa menos recursos para os talentos locais.

Durante o Verão Massayó em Jaraguá, a municipalidade destinou expressivos R$ 8,2 milhões em cachês, mas apenas uma ínfima parcela, R$ 300 mil, foi direcionada aos artistas da região. Essa diferença gritante vai de encontro à legislação que exige a alocação mínima de 50% dos recursos para os artistas locais. No entanto, os números mostram uma realidade diferente, com mais de 95% dos gastos voltados para atrações nacionais, desconsiderando completamente o arcabouço legal destinado a preservar e impulsionar a produção cultural local.

As críticas não se restringiram apenas às discrepâncias financeiras, atingindo seu ápice durante as prévias do Carnaval de 2024. O prefeito JHC foi acusado de ser “bolsonarista” por supostamente negligenciar e sufocar a cultura local. Uma polêmica surgiu em torno da não publicação do edital de incentivo aos blocos carnavalescos de Maceió, resultando em um vácuo de apoio financeiro essencial para a efervescência cultural da cidade, gerando indignação generalizada.

Após críticas intensas nas redes sociais, o prefeito recuou, evidenciando a influência do alarde virtual sobre a prática política. Um convênio de R$ 690 mil com a Liga Carnavalesca de Maceió foi “às pressas” publicado como resposta à pressão popular, contudo, muitos consideram esse recuo mais um paliativo do que uma solução estrutural.

A gestão cultural reativa do prefeito, evidenciada pela falta de tempo hábil para a publicação do edital, revela uma incapacidade de antecipar e atender às demandas dos artistas locais de maneira eficaz. Este episódio destaca uma priorização distorcida, onde as redes sociais parecem ter mais peso do que a construção de políticas culturais sólidas e sustentáveis para Maceió.

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