O projeto ‘Katie’ foi fundado em 2019 no Instituto de Ciências da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) com o objetivo de apoiar mulheres interessadas nas áreas STEM (ciências, tecnologia, engenharia e matemática) que, historicamente, têm sido dominadas por homens. O nome do projeto presta homenagem a Katie Bouman, engenheira que capturou a primeira imagem de um buraco negro.
A ideia para o projeto veio de um curso de computação da UFAL, que contava com poucas mulheres, e muitas delas mal se conheciam ou mantinham contato devido a diversas adversidades. Foi então realizado o primeiro encontro, um evento chamado ‘Who Run This Code? Girls’, fazendo referência à música ‘Who Run The World? Girls’, da cantora Beyoncé.
Após o sucesso do evento, uma comissão composta por seis mulheres deu origem ao projeto ‘Katie’, que mantém suas características originais até hoje. Uma das idealizadoras do projeto é Luana Ferreira, de 26 anos, que percebeu a discrepância entre homens e mulheres no curso de computação. Ela afirma que se não fosse pela criação do Katie, poderia ter desistido do curso devido à falta de apoio e questões como ansiedade.
Desde então, o projeto realizou inúmeros projetos, workshops, cursos, encontros, pesquisas e artigos, estendendo sua atuação para outros locais de Alagoas. O Katie também foi levado para outra instituição de ensino, onde ofereceu apoio e explicou seu funcionamento para estudantes que passavam por situações semelhantes.
O projeto foi fundamental para empoderar as mulheres na área de tecnologia, combatendo desvantagens e dificuldades de gênero. Noemy Roberta, de 23 anos, estudante de Ciência da Computação na UFAL, destaca a importância do Katie para o progresso da inclusão das mulheres na área de tecnologia.
Atualmente, o maior desafio do projeto é manter-se ativo, já que utiliza recursos próprios para realizar eventos, fornecer transporte e atender outras necessidades. No entanto, as fundadoras do projeto esperam que no futuro as mulheres sejam equiparadas aos homens na área de tecnologia e que o projeto não seja mais necessário. Para Luana Ferreira, o objetivo é que as mulheres considerem a área de computação por afinidade, e não por medo.
Assim, o projeto ‘Katie’ tem sido fundamental no empoderamento e promoção da inclusão de mulheres nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática, demonstrando que essas áreas também são para elas e que merecem igualdade de oportunidades. O futuro promissor do projeto aponta para um cenário em que as mulheres serão maioria e não mais minorias nas áreas STEM.
