BRASIL – Agricultores em Bruxelas protestam por ajuda da UE contra impostos e custos crescentes, ato coincide com cúpula do bloco.

Agricultores de vários países da Europa protagonizaram protestos violentos nesta quinta-feira em Bruxelas, onde lançaram ovos e pedras no Parlamento Europeu e atearam fogo nas proximidades do prédio. O motivo do ato foi exigir mais ajuda dos líderes da União Europeia para enfrentar os crescentes custos e impostos que afetam a produção agrícola.

Os manifestantes, que representavam agricultores da Itália, Espanha e outros países europeus, expressaram raiva contra as regulamentações verdes e as importações baratas. Este movimento de protesto em Bruxelas coincidiu com uma cúpula da União Europeia que estava sendo realizada na cidade. Além disso, houve manifestações paralelas realizadas em outros países, como Portugal, Grécia e Alemanha, destacando as tensões em torno dos esforços da UE para combater as mudanças climáticas.

Os manifestantes expressaram insatisfação com as leis da Comissão Europeia e exigiram mudanças na legislação aplicada. Em um ato que evidenciou uma possível adesão crescente dos agricultores à extrema-direita europeia, José Maria Castilla, representante do sindicato espanhol de agricultores Asaja, afirmou: “Queremos acabar com essas leis malucas que chegam todos os dias da Comissão Europeia.”

O movimento de protesto dos agricultores ocorre em um momento em que a extrema-direita tem conquistado um eleitorado cada vez maior na Europa. Em resposta aos protestos, o primeiro-ministro francês Gabriel Attal anunciou novas medidas em Paris, prometendo facilitar a vida dos agricultores e protegê-los em nível nacional e da UE. Mais apoio aos agricultores também está a caminho, conforme anunciado por Attal.

Os agricultores obtiveram algumas medidas favoráveis da Comissão Executiva da UE, como a limitação das importações de produtos agrícolas da Ucrânia e a flexibilização de algumas regulamentações ambientais, mas apontaram que as medidas ainda não são suficientes para enfrentar os desafios enfrentados pela classe.

Apesar dos protestos dos agricultores não estarem oficialmente na agenda da cúpula da União Europeia, a situação dos agricultores seria discutida, segundo um diplomata da UE. Durante os protestos na capital belga, pequenos grupos tentaram derrubar as barreiras erguidas em frente ao Parlamento, resultando em confrontos com a polícia que dispersou os manifestantes com gás lacrimogêneo e água de mangueiras.

A oposição do presidente francês Emmanuel Macron à assinatura de um acordo comercial com o Mercosul em sua forma atual foi reiterada pelo primeiro-ministro irlandês Leo Varadkar, atendendo a outra demanda importante dos agricultores. Nos protestos, os agricultores pediram apoio e mudanças políticas que beneficiem a classe agrícola europeia.

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