ALAGOAS – “Programa AVC Dá Sinais: Governo de Alagoas alerta sobre cuidados para evitar derrame e apresenta resultados positivos”

Programa AVC Dá Sinais alerta sobre cuidados com a saúde para evitar o derrame

A Secretaria de Saúde de Alagoas (Sesau) está orientando sobre a importância de se tomar alguns cuidados com a saúde para evitar o acometimento de Acidente Vascular Cerebral (AVC), conhecido popularmente como derrame. A doença é uma das que mais mata no Brasil e no mundo, além de causar incapacidades físicas nos pacientes.

Para oferecer tratamento rápido e eficiente, Alagoas foi pioneira no país na criação de uma rede de cuidados exclusiva para tratar os pacientes acometidos pelo problema. O Programa AVC Dá Sinais foi criado em agosto de 2021 e já beneficiou milhares de alagoanos, através de um aplicativo de telemedicina, que agiliza o diagnóstico. A iniciativa já colhe frutos positivos e Alagoas conseguiu reduzir em 5% a taxa de mortalidade por AVC na rede pública de saúde na comparação entre 2022 e 2023.

O coordenador do Programa AVC Dá Sinais, neurologista Matheus Pires, explicou que o Acidente Vascular Cerebral pode ser isquêmico, que ocorre quando há obstrução de uma artéria, impedindo a passagem de oxigênio para células cerebrais, que acabam morrendo. Ele também pode ser hemorrágico, quando há rompimento de um vaso cerebral, provocando hemorragia. Contudo, o tipo isquêmico é o mais comum e representa cerca de 85% de todos os casos.

“O AVC sempre é causado por algum distúrbio ou por outra doença. Temos diversos fatores de risco causadores. Os principais são hipertensão, diabetes, colesterol alto, tabagismo, sedentarismo, algumas arritmias cardíacas e outras causas, como o uso de drogas e algumas doenças hematológicas, que comprometem a produção dos componentes do sangue”, disse o neurologista.

Matheus Pires também destacou que é possível prevenir a maioria dos fatores de risco que aumentam as chances de um AVC. Estima-se que cerca de 90% dos casos da doença poderiam ser evitados se as pessoas controlassem muitos desses fatores. “Para isso, a recomendação inicial é focar na prática de atividades físicas e em uma alimentação mais balanceada e saudável”, frisou o médico.

Em relação aos sinais e sintomas, o AVC costuma apresentar um quadro de alteração súbita na fala, além de perda de força e sensibilidade de um dos lados do corpo. Em casos de suspeita da doença, os profissionais recomendam usar o mnemônico SAMU (Sorriso, Abraço, Música, Urgente) para verificar se é o problema de fato.

O Programa AVC Dá Sinais foi criado para melhor estruturar a linha de cuidado de AVC em Alagoas e descentralizar o atendimento de referência, que era realizado só em Maceió. Atualmente, existem diversas unidades pré-hospitalares espalhadas por todo o Estado que participam da iniciativa e possuem capacidade de realizar tomografias e a terapia necessária para tentar reverter o quadro dos pacientes. A iniciativa já atendeu a mais de 3.500 pessoas no território alagoano.

Carla Patrícia, de 42 anos, é uma das pacientes internadas na Unidade de AVC do Hospital Metropolitano de Alagoas (HMA), em Maceió. Ela conta que começou a sentir tontura, visão turva, dor de cabeça muito forte e depois passou a vomitar. Após os sinais, foi levada até uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). “Cheguei à UPA e logo suspeitaram que era um AVC. Pediram minha transferência para o Hospital Metropolitano e fui muito bem atendida por toda a equipe médica. Estou percebendo que meu corpo está se recuperando e espero voltar para as minhas atividades em breve”, contou Carla Patrícia.

O secretário de Estado da Saúde, Gustavo Pontes de Miranda, afirmou que iniciativas como o programa AVC Dá Sinais ajudam a levar atendimento direcionado e adequado. “Sabemos a urgência que um caso de AVC requer e buscamos oferecer aos alagoanos o que há de melhor para que vidas sejam salvas. Esse é o nosso maior objetivo.”

Estudos apontam que o número de mortes por Acidente Vascular Cerebral no mundo pode aumentar em até 50% e chegar a 10 milhões de casos até 2050. No Brasil, além dos óbitos, o AVC foi uma das principais causas de incapacidade, prejudicando a qualidade de vida dos pacientes após o acometimento da doença.

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