Segundo a SSP, houve sete ocorrências com confronto durante o final de semana, com destaque para um incidente na Vila dos Criadores, em Santos, onde três pessoas foram mortas. Além disso, quatro situações envolveram trocas de tiros, resultando em mais óbitos.
Essas operações ocorreram em resposta à morte de um policial militar na sexta-feira em Santos, após o que o governo estadual lançou uma nova fase da Operação Escudo. Esta mesma ação resultou na prisão de três suspeitos de envolvimento no homicídio do policial na Rodovia Anchieta-Imigrantes, onde uma pistola e diversos cartões bancários foram apreendidos.
As mortes causadas por ações da Polícia Militar mais do que dobraram na região da Baixada Santista neste ano, de acordo com a SSP. Em 2023, 72 pessoas foram mortas por policiais militares, comparado a 34 mortes em 2022. Este aumento significativo está despertando preocupações entre os órgãos de defesa dos direitos humanos, levando a Ouvidoria das Polícias de São Paulo a solicitar que os policiais envolvidos nas operações usem câmeras corporais.
A Defensoria Pública de São Paulo também está agindo em resposta a essas mortes, solicitando ao governo estadual o envio dos boletins de ocorrência das ações da nova fase da Operação Escudo. Além disso, questiona se os agentes envolvidos nos confrontos usavam câmeras corporais e pede informações sobre o planejamento da operação à Polícia Militar.
Para a socióloga Giane Silvestre, pesquisadora do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP), a forma como as autoridades estão respondendo a esses incidentes está errada. Ela argumenta que a estratégia de enfrentamento adotada não é eficaz e pode gerar um ciclo de violência. Giane defende que a prevenção, por meio de investigações qualificadas, é a melhor forma de lidar com a violência contra os policiais.
A pesquisadora ressalta a importância de preservar a vida das pessoas durante operações policiais, enfatizando que nenhuma ação que resulte em tantas mortes pode ser considerada um sucesso. Em vez disso, ela destaca a necessidade de investir em investigações para identificar e prevenir ataques, especialmente se forem orquestrados por grupos criminosos.