De acordo com a PF, a minuta inicial do decreto incluía a prisão dos ministros do STF, Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, assim como do presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Após receber o texto, apresentado por Filipe Martins, ex-assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, que foi preso preventivamente, Bolsonaro pediu alterações a Martins. A nova versão do texto manteve a prisão de Moraes e a convocação de novas eleições. A operação também teve como alvo o advogado Amauri Saad.
A PF alega que Bolsonaro teria convocado uma reunião com os comandantes das Forças Armadas – almirante Almir Garnier Santos (Marinha), general Marco Antonio Freire Gomes (Exército) e brigadeiro Carlos de Almeida Batista Júnior (Aeronáutica) – para apresentar a minuta do decreto e pressioná-los a aderir ao golpe de Estado. A reunião teria ocorrido no dia 7 de dezembro de 2022 no Palácio da Alvorada.
Além disso, a PF identificou que o grupo monitorou Alexandre de Moraes para executar a pretendida ordem de prisão, caso o golpe fosse consumado. O monitoramento incluiu deslocamentos de Moraes entre Brasília e São Paulo nos dias 15, 21, 24 e 31 de dezembro de 2022. Mensagens trocadas entre Mauro Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro, e o coronel do Exército, Marcelo Camara, que atuou como assessor especial da Presidência da República, indicam que o ministro do Supremo era referido pelo termo “professora”.
A PF conclui que o monitoramento demonstra que o grupo criminoso tinha intenções reais de promover a subversão do regime democrático e proceder à captura do Chefe do Poder Judiciário Eleitoral. As alegações da PF se baseiam em documentos apreendidos durante a operação que resultou na prisão preventiva de várias pessoas envolvidas no caso.
As alegações de um suposto plano de golpe de Estado causaram grande repercussão tanto no âmbito político quanto na sociedade em geral. O caso está sendo acompanhado de perto pelo STF e promete gerar desdobramentos nos próximos dias. A segurança e a estabilidade do país estão em xeque diante das revelações feitas pela PF.
