Esse aumento extraordinário vem em meio a um cenário de mudanças climáticas causadas pelo homem e do fenômeno climático El Niño, que aquece as águas superficiais no leste do Oceano Pacífico, elevando as temperaturas. Desde junho, todos os meses têm sido os mais quentes já registrados no mundo, em comparação com o mesmo período nos anos anteriores.
Samantha Burgess, diretora adjunta do C3S, alertou que além do janeiro mais quente, o mundo também passou por um período de 12 meses com mais de 1,5°C acima do período de referência pré-industrial. Ela ressaltou a urgência de reduções rápidas nas emissões de gases de efeito estufa como a única maneira de impedir o aumento das temperaturas globais.
Os cientistas norte-americanos também estão preocupados com as projeções para o ano de 2024, que tem uma chance em três de ser ainda mais quente do que o ano passado, e 99% de chance de estar entre os cinco anos mais quentes. O fenômeno El Niño começou a enfraquecer no mês passado, e os cientistas indicaram que ele poderia mudar para a contrapartida mais fria, La Niña, este ano. No entanto, as temperaturas médias globais da superfície do mar no mês passado foram as mais altas de todos os meses de janeiro.
Esses dados alarmantes vêm em um momento em que os países estão comprometidos em tentar conter o aquecimento global e prevenir que ele ultrapasse 1,5 grau Celsius, conforme acordado no Acordo de Paris de 2015. Apesar de ter ultrapassado 1,5°C em um período de 12 meses, o mundo ainda não violou a meta do Acordo de Paris, que se refere à temperatura média global ao longo de décadas.
Diante desses fatos, fica claro que medidas urgentes precisam ser tomadas para conter as mudanças climáticas e evitar consequências mais graves e irreversíveis. A população mundial precisa unir esforços e pressionar por ações efetivas que reduzam as emissões de gases de efeito estufa e combatam o aquecimento global. Este é um desafio que não pode ser negligenciado.