O prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, conhecido como JHC (PL), protagonizou um escândalo ao patrocinar a presença de uma das figuras políticas mais repudiadas do país no Carnaval do Rio de Janeiro. Apesar das expectativas, a imprensa nacional não se concentrou nos encantos do desfile da Escola de Samba Beija-flor de Nilópolis, mas sim no absurdo investimento de R$ 8 milhões despendido por uma das prefeituras mais economicamente fragilizadas do Brasil.
Maceió, cujo PIB per capita é o mais baixo do Nordeste e ocupa a 22ª posição nacional, com uma renda média mensal de R$ 1.268 (IBGE 2022), parece ter suas necessidades ignoradas em prol de um show midiático. Enquanto isso, a rica cultura local e as tradições carnavalescas de Maceió, personificadas por nomes como Ras Gonguila, o ‘imperador do Carnaval’, foram relegadas a segundo plano. Em vez disso, a mídia focou suas atenções em Arthur Lira, apelidado de “padrinho” de JHC.
Os generosos R$ 8 milhões desembolsados pela prefeitura de Maceió para a Escola de Samba do Rio de Janeiro garantiram não só a participação do prefeito JHC no desfile, mas também mimos extras, como a presença de convidados especiais, incluindo sua esposa, Marina Candia, e seu influente mentor político.
Enquanto isso, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), fez sua estreia no Carnaval carioca ao desfilar ao lado da diretoria da Beija Flor, numa cena acompanhada de perto pelo controverso ‘contraventor’ Anísio Abraão David.
Contudo, se Arthur Lira é uma figura poderosa em Alagoas, o ‘padrinho’ que JHC escolheu para levar ao sambódromo, às custas do erário público, é considerado, segundo pesquisa Atlas Intel realizada entre os dias 28 e 31 de janeiro deste ano, o político com a pior imagem do Brasil, somando avaliações positivas e negativas.
O Instituto Atlas Intel questionou: “Você tem uma imagem positiva ou negativa desses líderes?”. Arthur Lira obteve a segunda maior avaliação negativa (62%) e a menor avaliação positiva (15%). Sua avaliação geral foi de -47%, superando até mesmo a de Sérgio Moro, com uma avaliação negativa de 65%, mas uma positiva de 22%, resultando em um saldo de -43% na avaliação final.