O meteorologista Bruno Kabke Bainy explicou que é crucial distinguir entre pancadas de chuva e tempestades, já que apenas estas últimas são capazes de gerar raios e possuem um potencial destrutivo. Tempestades mais severas podem provocar violentas rajadas de vento, granizo de grandes dimensões (pelo menos 2,5 centímetros) e até tornados. Além disso, existem as chamadas linhas de estabilidade, tempestades mais organizadas, abrangentes e duradouras.
A chegada das tempestades, inclusive das linhas de estabilidade, foi detectada pelos radares na terça-feira. No entanto, não foi possível prever as microexplosões, que são formações de nuvens causadas pela mistura de ar seco e frio.
De acordo com o secretário executivo da Associação dos Bananicultores do Vale do Ribeira, Rafael Peniche, as condições meteorológicas resultaram na interrupção do fornecimento de energia elétrica na região. Cerca de 200 produtores sofreram prejuízos em suas plantações de banana, levando a entidade a buscar uma linha de crédito emergencial junto à Secretaria de Agricultura e Abastecimento, principalmente para os pequenos produtores. A associação também está orientando os agricultores que possuem seguro para acionarem as seguradoras, a fim de minimizar o impacto financeiro.
Peniche ressaltou que, apesar de o Vale do Ribeira ser uma região propícia para o cultivo de banana devido ao solo naturalmente úmido, o clima tem apresentado mudanças atípicas. Os agricultores têm adotado medidas simples, como amarrar as bananeiras com bambu ou fios, para tentar evitar danos semelhantes no futuro.
A Agência Brasil tentou contato com a Secretaria de Agricultura e Abastecimento e a Defesa Civil do estado para obter informações sobre a situação, mas não obteve resposta até o momento.
Em resumo, o downburst que atingiu o Vale do Ribeira causou prejuízos significativos nas plantações de banana, afetando a produção de centenas de produtores. A busca por soluções emergenciais e a preocupação com as mudanças climáticas na região se tornaram questões centrais para a associação de produtores e autoridades locais. A falta de previsibilidade e as dificuldades na resposta às emergências meteorológicas foram destacadas como desafios a serem superados.
