O talentoso músico também atuou como regente em outras grandes orquestras, como a Orchestre Philharmonique de l’ORTF em Paris, l´Orchestre de la Suisse Romande, l’Orchestre de l’Opéra de Nice, na França, a Orquesta Filarmónica del Teatro Colón, em Buenos Aires, a Orquesta Sinfónica no México e a Orquesta Sinfónica de Cuba. Além disso, Marlos foi professor visitante de várias instituições renomadas, incluindo a Universidade Yale, a Juilliard School, a University of Texas e a Indiana University.
Suas obras também tiveram grande destaque, com publicações em editoras renomadas, como a Max Eschig (Paris), Boosey & Hawkes (Inglaterra) e Marlos Nobre Edition (Rio de Janeiro). O trabalho de Nobre foi reconhecido em 1959, quando recebeu menção honrosa no 1º Concurso de Música e Músicos do Brasil, promovido pela Rádio MEC, onde ele foi diretor musical em 1971.
Marlos Nobre também teve passagens importantes por instituições culturais, incluindo a presidência do Conselho Internacional de Música da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) em Paris, entre 1985 e 1987.
O maestro também recebeu reconhecimento internacional, como o Prêmio Tomás Luís de Victoria da Sociedad de Derechos de Autor (SGAE), em Madrid, Espanha, em 2005. O aniversariante continua ativo em sua carreira, compondo uma obra por encomenda para grande orquestra, intitulada “Sinfonia Elektron”.
Em entrevista à Agência Brasil, Marlos Nobre compartilhou suas experiências de destaque ao longo da carreira, expressando um carinho especial pela Rádio MEC, instituição da qual está aposentado. Ele ressaltou a importância de programas que apoiem e divulguem a música contemporânea, como “Música Contemporânea por Marlos Nobre”, e relembrou momentos marcantes, como as ovações recebidas em grandes eventos, como o Proms, em Londres.
O professor e músico Henrique Cazes, da Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), destacou a importância de Marlos Nobre na divulgação da música de concerto de autores brasileiros, que foi perdendo espaço ao longo dos anos. Ele ressaltou que Nobre e Edino Krieger foram os compositores que mais se destacaram nas décadas de 70 e 80, mostrando peças emblemáticas e despertando curiosidade e discussões. Cazes destacou a habilidade de Nobre em casar técnicas de composição de vanguarda com a tradição brasileira.
Por fim, o talento de Marlos Nobre transcendeu a música de concerto e alcançou o cinema, com composições em trilhas sonoras de filmes brasileiros premiados, como “O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro” e “Os Inconfidentes”. Hoje, com 85 anos, Marlos Nobre continua a brilhar em sua carreira e contribuir para a valorização e divulgação da música clássica brasileira.