Segundo o MPRJ, o hospital não respeitava os direitos dos pacientes internados e nem oferecia os serviços de saúde mental necessários. Em meio a este cenário, a prefeitura de Petrópolis tomou a iniciativa de encaminhar os 29 pacientes restantes para residências terapêuticas na cidade, com o objetivo de proporcionar um ambiente mais acolhedor e humanizado para a recuperação dessas pessoas.
A pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (ENSP/Fiocruz) e presidente da Associação Brasileira de Saúde Mental (Abrasme), Ana Paula Guljor, ressaltou que embora ainda existam hospitais psiquiátricos com internações no Rio, o fechamento do Santa Mônica representa um marco significativo na transição para um novo modelo, longe da lógica manicomial. Ela enfatizou a importância de comemorar o fechamento de estruturas marcadas pela exclusão e pelo aprisionamento de pessoas, e destacou a necessidade de criar uma rede de suporte para as residências terapêuticas, garantindo a efetiva inclusão e resgate da dignidade dos pacientes.
Além disso, a prefeitura de Petrópolis inaugurou um novo Setor de Psiquiatria no Hospital Municipal Nélson de Sá Earp, que oferece atendimento de emergência em Saúde Mental, com um total de 11 leitos. O prefeito da cidade enfatizou que este é um processo de resgate da dignidade e dos direitos das pessoas com transtornos mentais, permitindo-lhes uma vida mais autônoma e integrada à comunidade.
Com o fechamento do Hospital Psiquiátrico Santa Mônica, e a transferência dos pacientes para residências terapêuticas, Petrópolis busca avançar em direção a um modelo de atendimento em saúde mental mais humanizado e integrado, que promova a reabilitação e reinserção social dos pacientes. Este é um passo significativo na busca por alternativas de tratamento que respeitem as singularidades e necessidades individuais de cada pessoa, ao invés de submetê-las a um padrão institucionalizado, como ocorria nos manicômios.