BRASIL – Hospital Psiquiátrico Santa Mônica fecha as portas após investigações do Ministério Público do Rio de Janeiro.

O Hospital Psiquiátrico Santa Mônica, localizado em Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, fechou suas portas no último dia 8, após uma série de investigações do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) relacionadas à morte de 15 pacientes. O hospital era o último manicômio conveniado ao Sistema Único de Saúde (SUS) em funcionamento no estado do Rio e atendia a 154 pacientes, dos quais 97 estavam internados por dois anos e 47 por até 25 anos.

Segundo o MPRJ, o hospital não respeitava os direitos dos pacientes internados e nem oferecia os serviços de saúde mental necessários. Em meio a este cenário, a prefeitura de Petrópolis tomou a iniciativa de encaminhar os 29 pacientes restantes para residências terapêuticas na cidade, com o objetivo de proporcionar um ambiente mais acolhedor e humanizado para a recuperação dessas pessoas.

A pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (ENSP/Fiocruz) e presidente da Associação Brasileira de Saúde Mental (Abrasme), Ana Paula Guljor, ressaltou que embora ainda existam hospitais psiquiátricos com internações no Rio, o fechamento do Santa Mônica representa um marco significativo na transição para um novo modelo, longe da lógica manicomial. Ela enfatizou a importância de comemorar o fechamento de estruturas marcadas pela exclusão e pelo aprisionamento de pessoas, e destacou a necessidade de criar uma rede de suporte para as residências terapêuticas, garantindo a efetiva inclusão e resgate da dignidade dos pacientes.

Além disso, a prefeitura de Petrópolis inaugurou um novo Setor de Psiquiatria no Hospital Municipal Nélson de Sá Earp, que oferece atendimento de emergência em Saúde Mental, com um total de 11 leitos. O prefeito da cidade enfatizou que este é um processo de resgate da dignidade e dos direitos das pessoas com transtornos mentais, permitindo-lhes uma vida mais autônoma e integrada à comunidade.

Com o fechamento do Hospital Psiquiátrico Santa Mônica, e a transferência dos pacientes para residências terapêuticas, Petrópolis busca avançar em direção a um modelo de atendimento em saúde mental mais humanizado e integrado, que promova a reabilitação e reinserção social dos pacientes. Este é um passo significativo na busca por alternativas de tratamento que respeitem as singularidades e necessidades individuais de cada pessoa, ao invés de submetê-las a um padrão institucionalizado, como ocorria nos manicômios.

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