As medidas adotadas pelo Itamaraty foram motivadas pela gravidade das declarações feitas pelo governo de Israel, como indicado em nota oficial. Segundo o comunicado, o ministro Mauro Vieira, que está no Rio de Janeiro para participar da reunião do G20, considerou necessário tomar essas medidas diante da situação.
A tensão entre Brasil e Israel aumentou após o ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, criticar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por suas declarações sobre operações israelenses na Faixa de Gaza. Em resposta, Katz declarou Lula persona non grata no país, em uma atitude que reflete a grave discordância entre os dois países.
A declaração de “persona non grata” é uma medida jurídica reconhecida e utilizada nas relações internacionais. Ela indica que um representante oficial estrangeiro não é mais bem-vindo como tal em território estrangeiro. As recentes declarações de Lula, feitas durante uma viagem oficial à Etiópia, classificaram as mortes de civis em Gaza como genocídio e criticaram países desenvolvidos por reduzirem ou cortarem a ajuda humanitária na região.
Lula comparou o que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino à situação durante o Holocausto, o que exacerbou ainda mais as tensões com Israel. Essas declarações geraram um descontentamento significativo por parte do governo israelense, resultando na ação de Katz em declarar Lula persona non grata.
Diante desse cenário, as relações entre Brasil e Israel enfrentam um momento delicado, com decisões tomadas por ambos os países que refletem a gravidade das atuais discordâncias. A atitude do ministro Mauro Vieira em chamar para consultas o embaixador brasileiro em Tel Aviv e convocar o embaixador israelense para esclarecimentos demonstra a seriedade do impasse diplomático em andamento.