A MTSul, empresa contratada pela Braskem para conduzir obras de projetos de mobilidade urbana em Maceió, solicita agora a renovação de sua “licença” para continuar suas operações na cidade. A firma começou suas atividades na capital alagoana em setembro de 2022, após ser selecionada no “Termo de Acordo Socioambiental”, assinado entre a Braskem, o Ministério Público Federal, o Ministério Público Estadual e a Prefeitura de Maceió.
A ausência de processo licitatório para a escolha da MTSul para executar as obras é notável. Enquanto o prefeito JHC (PL) e seus assessores assinaram a ordem de serviço, e o presidente da Câmara de Vereadores de Maceió, Galba Netto, aprovou o projeto, não houve uma seleção pública transparente para a empresa responsável pela execução dos trabalhos, levantando questionamentos sobre os critérios de escolha.
Laços familiares e suspeitas
Suspeitas de favorecimento surgem devido aos laços familiares entre a empresa e a gestão de JHC. O sogro do prefeito, Mário Roberto Candia Figueiredo, conhecido como “Dr. Mário”, também é de Cuiabá, onde a MTSul tem sede. O fato de que a MTSul passou a atuar em Alagoas somente após a assinatura do acordo socioambiental entre a Braskem e a prefeitura de Maceió levanta ainda mais dúvidas sobre o processo de seleção.
Demolição e outros serviços
Além das obras de mobilidade urbana, a MTSul está envolvida na demolição de casas e outros imóveis no bairro do Pinheiro, por ordens da Defesa Civil municipal. Ao mesmo tempo, fornece areia para o preenchimento das minas de sal-gema em Maceió. As ações da empresa geram preocupações sobre o impacto ambiental e social dessas atividades, especialmente considerando a falta de transparência na seleção da empresa.
Relação próxima com a gestão de JHC
A proximidade entre a empresa e a gestão de JHC se torna evidente quando observamos que a MTSul iniciou suas operações em Maceió logo após a assinatura do acordo socioambiental entre a prefeitura e a Braskem. Com a destinação de milhões em obras de mobilidade urbana na capital, as suspeitas de favorecimento só aumentam diante da falta de um processo de seleção justo e transparente.
Nova licença
Agora, a empresa solicita a renovação de sua licença para continuar operando em Maceió. O pedido de renovação foi publicado no Diário Oficial de Maceió nesta segunda-feira (19), sem solicitação de estudos ambientais. Essa falta de transparência e de análise ambiental aprofundam as preocupações sobre a atuação da empresa e seu impacto na cidade e na região.