O recorde mensal histórico das vendas do Tesouro Direto foi registrado em março do ano passado, quando o montante alcançou R$ 6,842 bilhões. No entanto, no mês passado, algumas instabilidades no mercado financeiro global afetaram o interesse de alguns investidores, levando a uma redução nas vendas.
Os investidores têm demonstrado preferência pelos títulos corrigidos pela Selic, que representaram 66,3% do total das vendas em janeiro. Os títulos atrelados à inflação (IPCA) corresponderam a 20,3%, enquanto os prefixados, com juros fixos no momento da emissão, foram 9,9% do total.
Entre os novos títulos lançados recentemente, o Tesouro Renda+ e o Tesouro Educa+ apresentaram participações modestas nas vendas, com 2,5% e 0,9%, respectivamente. O Tesouro Renda+ destina-se ao financiamento de aposentadorias, enquanto o Tesouro Educa+ busca financiar uma poupança para o ensino superior.
A Taxa Selic, que atingiu patamares elevados nos últimos anos, tem justificado o interesse dos investidores pelos papéis relacionados aos juros básicos. Mesmo com a recente queda nos juros, que atualmente estão em 11,25% ao ano, as taxas continuam atraentes para os investidores.
O estoque total do Tesouro Direto alcançou R$ 130,09 bilhões no final de janeiro, com um crescimento de 1,61% em relação ao mês anterior. Esse aumento ocorreu devido às vendas superiores aos resgates em R$ 707,1 milhões no mês passado.
O número de investidores também apresentou crescimento, com 468,1 mil novos participantes se cadastrando no programa em janeiro. O total de investidores atingiu a marca de 26.918.583, com um aumento de 23,1% nos últimos 12 meses.
As vendas de títulos de médio prazo têm sido preferidas pelos investidores, com os papéis com prazo entre um e cinco anos representando 43,4% do total das vendas. Já as operações com prazo de mais de dez anos de representaram 23,7% das vendas.
O Tesouro Direto, criado em 2002, tem sido uma importante ferramenta para popularizar investimentos em títulos públicos e permitir que pessoas físicas tenham acesso a essa modalidade de aplicação. Os recursos captados por meio da venda de títulos ajudam o governo a financiar suas dívidas e cumprir seus compromissos. Em troca, o Tesouro Nacional se compromete a devolver o valor investido com um adicional baseado em diferentes indicadores econômicos.