Em entrevista à Agência Brasil, a vice-diretora de Qualidade de Bio-Manguinhos, Rosane Cuber, destacou que a vacina é fornecida tanto para o Brasil quanto para mais de 70 países, através de agências da Organização das Nações Unidas (ONU). Durante o surto de febre amarela no Brasil entre 2016 e 2017, a instituição precisou priorizar o fornecimento da vacina para o país, deixando de lado as exportações. Com o apoio de consultores enviados pelas agências da ONU, Bio-Manguinhos conseguiu aumentar significativamente sua produtividade sem a necessidade de utilizar mais ovos na produção, mas sim focando na concentração de partículas virais.
Outra melhoria importante implementada foi a retirada dos antibióticos da vacina, atendendo a uma exigência da Organização Mundial da Saúde (OMS). Rosane explicou que essa mudança demandou estudos detalhados de estabilidade em tempo real, garantindo que a vacina sem antibióticos mantivesse sua eficácia ao longo de sua validade de 36 meses. Com as alterações aprovadas pela Anvisa, a produção dos novos lotes de IFA já está em andamento, com a nova formulação e maior eficiência.
O IFA congelado pode durar até cinco anos, permitindo à Bio-Manguinhos ter capacidade de atender à demanda do Ministério da Saúde e de outras entidades internacionais. A produção do novo ingrediente farmacêutico viral deve estar disponível a partir de 2025, contribuindo para fortalecer a resposta brasileira e global contra a febre amarela. Com estoques suficientes e capacidade ampliada, a instituição se encontra preparada para enfrentar desafios futuros e garantir o acesso à vacina para a população brasileira e de outros países.