O desempenho da indústria em janeiro interrompe uma sequência de dois meses consecutivos de alta, com dezembro registrando um crescimento de 1,6% e novembro de 0,6%. No entanto, em relação ao mesmo período do ano anterior, a produção industrial brasileira apresentou um desempenho positivo, com um aumento de 3,6%. Esse é o sexto mês consecutivo de alta quando comparado com o mesmo período do ano anterior. No acumulado de 12 meses, o setor industrial cresceu 0,4%.
Apesar do declínio em janeiro, o gerente da pesquisa, André Macedo, ressaltou a existência de um perfil disseminado de taxas positivas, com 18 dos 25 ramos industriais pesquisados apresentando resultados positivos. Isso indica que poucos setores foram responsáveis pela queda na produção industrial.
Os setores que mais contribuíram para o resultado negativo foram as indústrias extrativas, com uma queda de 6,3%, e de produtos alimentícios, com uma redução de 5%. Macedo explicou que a menor extração de petróleo e minério de ferro afetou a indústria extrativa, interrompendo um período de crescimento. Já a redução na fabricação de açúcar foi o principal fator que influenciou negativamente o setor de produtos alimentícios.
Além disso, as atividades de confecção de artigos do vestuário e acessórios (-6,4%) e de produtos têxteis (-4,2%) também contribuíram de forma negativa para a queda na produção industrial. Por outro lado, os setores de produtos químicos (7,9%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (13,7%), veículos automotores, reboques e carrocerias (4,0%) e máquinas e equipamentos (6,4%) foram os que mais impactaram positivamente a produção industrial em janeiro de 2024.
No geral, a indústria brasileira encontra-se 0,8% abaixo do patamar pré-pandemia, em fevereiro de 2020, e 17,5% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011. Mesmo com o cenário de queda em janeiro, a diversificação dos resultados entre os diferentes setores da indústria indica uma perspectiva de recuperação e crescimento nos próximos meses.