Usuários do Pam Salgadinho em Maceió têm sofrido duras penas para conseguir atendimento e marcação de exames na unidade. A ferramenta lançada pela prefeitura de Maceió, o “Sistema Pronto!”, direciona os usuários do SUS através do Whatsapp, fazendo as marcações de maneira rápida e direcionando a maior demanda, principalmente de exames mais complexos, para o Pam Salgadinho, unidade de saúde administrada pela Prefeitura de Maceió
E para por aí, o cidadão consegue o encaminhamento, mas se depara com a indisponibilidade de realizar os procedimentos na unidade que enfrenta problemas no repasse de verbas para custear exames e procedimentos com os pacientes usuários do SUS, que aguardam em longas filas para no momento do atendimento serem orientados a retornar em outro momento. Mesmo com a inauguração de um Hospital da Cidade que promete atender a demanda e um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) firmado pela Defensoria Pública de Alagoas com o município desde 2016, que garante a retomada da oferta de 30 tipos de exames, inclusive eletivos, os pacientes têm de recorrer à justiça para garantir seu direito.
A paciente A.C.S. está travando uma batalha desde meados de julho de 2023 para conseguir um exame específico, encaminhada pela médica mastologista do Pam Salgadinho para a realização ressonância magnética com contrate da mama, exame decisivo na detecção de Câncer Mamário, foi informada que não poderia ser atendida na unidade. Sem orientação de onde buscar a realização do procedimento, a paciente reencaminhou toda a documentação exigida em outubro durante a campanha do Outubro Rosa realizada pela prefeitura que visava zerar a fila de exames e consultas para mulheres, sem sucesso.
A informação fornecida pelo setor de cotação do Pam Salgadinho é que havia orçamento para a realização da ressonância, já que além de não haver fornecedor para atender, também não contavam com nota de empenho para atender a demanda. O caso foi levado para a defensoria pública para solicitar um mandado de segurança e ao procurar saber do andamento do processo na Secretaria de Saúde do Município constatou que seu processo foi arquivado por falta de verba para a realização do exame. A paciente segue aguardando, são quase 10 meses na agonia para realizar um procedimento caro que deveria ser ofertado pelo município através do SUS.
A questão é que, para além dos problemas estruturais do Pam Salgadinho e das longas filas de atendimento que obrigam os usuários a recorrer à saúde privada ou prolongar sua dor de cabeça na justiça em processos que se acumulam na mesa da Secretaria de Saúde, temos agora um elefante branco que sequer serve para atender essa demanda rejeitada pela principal unidade saúde do município. Como dito, é uma questão de orçamento, milhões foram injetados no Hospital da Cidade para estampar a cara do prefeito JHC em propagandas ao lado do prédio (inacabado) enquanto os pacientes amargam longas esperas por exames de urgência nos quais a gestão sequer tem verba para cobrir.