O presidente da Abrasel, Paulo Solmucci, destacou que janeiro foi um mês complicado para o setor, com 59% dos estabelecimentos reportando uma queda no faturamento em comparação ao mês anterior. Nas regiões não turísticas, a redução no faturamento foi de 10%, contribuindo para o cenário desafiador enfrentado pelas empresas.
Solmucci ressaltou as particularidades do mês de janeiro, enfatizando que em áreas turísticas como o Rio de Janeiro e o litoral do Nordeste, o movimento foi positivo. No entanto, em regiões como São Paulo e Distrito Federal, o cenário foi diferente, com uma queda no fluxo de clientes.
Além dos desafios enfrentados em janeiro, a pesquisa também apontou que o setor tem enfrentado dificuldades para ajustar os preços dos cardápios. Cerca de 40% dos estabelecimentos não conseguiram aumentar os preços nos últimos 12 meses, enquanto 51% realizaram reajustes conforme a inflação ou abaixo dela. Apenas 9% dos bares e restaurantes conseguiram aumentar os preços acima da inflação.
Diante desse cenário desafiador, a Abrasel encomendou à Fundação Getulio Vargas um estudo para a recuperação do setor, incluindo o impacto da reforma tributária. O objetivo é desenvolver um plano de recuperação que envolva não apenas o governo federal, mas também agências de fomento e grandes empresas privadas.
A situação do setor é preocupante, com 43% das empresas enfrentando pagamentos em atraso e caminhando para uma situação de insolvência. Solmucci destacou a importância de um olhar sistêmico sobre a questão e a necessidade de um grande pacto nacional para a recuperação do setor de bares e restaurantes.
Por outro lado, o carnaval ajudou a amenizar um pouco os prejuízos, com 76% dos estabelecimentos mantendo suas portas abertas durante a folia. A pesquisa revelou que 40% dos empresários tiveram um aumento no faturamento em relação ao carnaval do ano passado. No entanto, os desafios para reajustar os preços dos cardápios e a situação financeira precária do setor continuam sendo desafios a serem superados.
