BRASIL – Caminhos deteriorados e abandonados: Morro do Andaraí na zona norte do Rio enfrenta problemas de infraestrutura e falta de investimentos.

No Morro do Andaraí, localizado na zona norte do Rio de Janeiro, os sinais de deterioração e abandono são evidentes nos caminhos que cortam a região. Uma das principais vias apresenta afundamento do solo, tornando o tráfego de veículos impossível em dias chuvosos devido às constantes inundações.

Essa realidade contrasta com o passado, quando a comunidade do Morro do Andaraí foi a primeira a receber um plano de urbanização em 1994, por meio do programa Favela-Bairro. No entanto, passados trinta anos, as melhorias em infraestrutura, habitação e serviços públicos são lembranças distantes de um breve momento de intervenção do Poder Público. O rápido crescimento populacional, que passou de 5 mil habitantes em 1994 para possivelmente 40 ou 50 mil atualmente, agravou os problemas estruturais do local.

O presidente da Associação de Moradores e Amigos do Morro do Andaraí (Amama), Fernando Pinto, destaca a falta de manutenção e novos investimentos, o que culminou em vias sobrecarregadas, sistemas de esgoto e drenagem obsoletos e a ausência de infraestrutura adequada para a população crescente.

A cozinheira Maria Elisabete relata que a solidariedade entre os moradores é fundamental para enfrentar as dificuldades, como a escassez de água e os problemas de esgoto. Vivendo ao lado da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), ela menciona a transformação do antigo Centro Municipal de Assistência Integrada em uma base militar, sem a efetiva melhoria na segurança local.

O programa Favela-Bairro foi um marco na história das favelas cariocas, representando a possibilidade de melhorias e integração das comunidades com o restante da cidade. No entanto, especialistas apontam a necessidade de uma participação mais efetiva dos moradores nos planos urbanísticos e uma maior atenção do Poder Público para garantir a qualidade de vida nessas áreas.

Diante desse cenário, a retomada do Morar Carioca em 2022, com investimentos previstos de R$ 500 milhões, promete trazer melhorias essenciais para as favelas do Rio de Janeiro. O objetivo do programa é qualificar a infraestrutura existente e construir novas unidades habitacionais, buscando promover a inclusão social e o desenvolvimento das comunidades. A expectativa é de que, desta vez, as ações sejam efetivas e contribuam para transformar a realidade das favelas cariocas.

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