BRASIL – Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, prorroga MP e evita insegurança jurídica na desoneração previdenciária para pequenas e médias prefeituras

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), tomou uma decisão importante nesta terça-feira (2) ao invalidar o trecho da Medida Provisória (MP) 1202/2023 que derrubava a desoneração previdenciária para pequenas e médias prefeituras. A medida foi editada no final do ano passado pelo governo federal e aumentava a alíquota das contribuições ao INSS para municípios com até 156 mil habitantes de 8% para 20%.

Essa mudança na alíquota teria impacto imediato, sendo cobrada já nessa semana devido à regra da noventena, que estabelece um prazo de 90 dias para a entrada em vigor de alterações tributárias. No entanto, Pacheco decidiu excluir esse trecho da MP e prorrogar sua validade por mais 60 dias. Isso porque o texto também tratava de outros pontos, como a revogação de benefícios fiscais do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse) e a limitação na compensação tributária por decisões judiciais passadas.

A ação de Pacheco foi motivada pela necessidade de evitar uma “insegurança jurídica manifesta” que impactaria os contribuintes e as prefeituras envolvidas. Ao falar sobre a decisão, o presidente do Senado ressaltou que utilizar uma MP para reverter uma desoneração aprovada pelo Congresso resultaria em incertezas e instabilidade no sistema tributário.

Em fevereiro, o presidente Lula já havia revogado parte da mesma MP que reonerava 17 setores da economia após pressão do Congresso. Porém, manteve o aumento da tributação das prefeituras e a revogação do Perse, o que gerou descontentamento entre os parlamentares. A situação deixou clara a necessidade de um diálogo mais amplo e transparente entre os Poderes para encontrar soluções que atendam às demandas da população e garantam estabilidade financeira.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também se pronunciou pedindo um pacto entre os Poderes para lidar com o impacto da desoneração da folha de pagamento dos pequenos municípios, que pode resultar em perdas significativas na arrecadação. Haddad destacou a importância de buscar alternativas e metas claras para reequilibrar as contas públicas e garantir o desenvolvimento econômico do país.

Diante desse contexto, a prorrogação da MP e a exclusão da reoneração das prefeituras representam um passo importante para mitigar a insegurança jurídica e promover um debate mais amplo sobre questões tributárias no Brasil. A atuação de Pacheco e a chamada de atenção de Haddad apontam para a necessidade de um diálogo construtivo e transparente entre as esferas de poder para garantir o equilíbrio fiscal e promover o crescimento sustentável do país.

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