O crédito rotativo é uma modalidade em que o consumidor paga menos que o valor total da fatura do cartão, o que resulta em um empréstimo com juros altos. Apesar disso, a entrada em vigor de uma nova lei em janeiro limitando os juros do rotativo a 100% do valor da dívida (ao invés de mais de 400% ao ano como era cobrado anteriormente) contribuiu para a diminuição das taxas, porém, essa limitação se aplica apenas a novos financiamentos, o que explica os níveis ainda elevados apresentados nas estatísticas.
Outro ponto a ser destacado foi a redução dos juros no parcelamento da dívida do cartão de crédito, que diminuíram 3,3 pontos percentuais no mês e 7,3 pontos percentuais em 12 meses, chegando a 184,5% ao ano. As taxas praticadas nas operações de cartão de crédito foram decisivas para a queda da taxa média de juros cobrada das famílias em fevereiro.
Além disso, as operações com empresas também apresentaram queda na taxa média de juros, registrando 21,4% ao ano, o que representa uma redução de 0,9 ponto percentual no mês e 2,4 pontos percentuais em 12 meses. Essa diminuição está relacionada, principalmente, às quedas nas taxas médias das modalidades de desconto de duplicatas e outros recebíveis, capital de giro com prazo superior a 365 dias e cartão de crédito rotativo.
A redução dos juros bancários ocorre em um contexto de queda da taxa básica de juros da economia, a Selic, que tem sido reduzida pelo Banco Central para controlar a inflação. Com a economia se recuperando da crise causada pela pandemia de COVID-19, a expectativa é que as taxas de juros continuem em um patamar mais baixo, estimulando o consumo e os investimentos no país.