BRASIL – Conselho de Sentença absolve envolvidos nas mortes de líder das Mães de Acari e sobrinha no Rio de Janeiro.

O Conselho de Sentença do I Tribunal do Júri absolveu por insuficiência de provas os quatro acusados de envolvimento nas mortes de Edmea da Silva Euzébio e de sua sobrinha, Sheila da Conceição. A decisão ocorreu após uma longa sessão de julgamento que analisou o caso ocorrido em 19 de janeiro de 1993, no estacionamento da estação do metrô da Praça XI, no Centro do Rio de Janeiro.

Edmea era uma das líderes do movimento conhecido como Mães de Acari, formado por mães de 11 jovens da Favela do Acari que desapareceram em julho de 1990, após serem sequestrados em um sítio em Suruí, bairro de Magé, onde passavam o dia. Os corpos das vítimas nunca foram encontrados, aumentando a comoção em torno do caso.

Os acusados, Eduardo José Rocha Creazola, Arlindo Maginário Filho, Adilson Saraiva Hora e Luis Claudio de Souza, foram absolvidos devido à falta de provas conclusivas que confirmassem sua participação nos assassinatos. Na época dos crimes, três dos acusados atuavam como policiais militares e um era motorista do então subprefeito da Barra da Tijuca.

Durante o julgamento, foram reproduzidos em vídeo depoimentos de testemunhas, seguidos pelo interrogatório dos réus. A promotora do caso, Flávia Maria Moura Machado, considerou que não havia evidências suficientes para a condenação e pediu a absolvição dos acusados, assim como os advogados de defesa.

O caso das Mães de Acari permanece como um dos episódios mais marcantes de violência e injustiça no Rio de Janeiro, com a luta por justiça sendo conduzida pelas famílias das vítimas. As recomendações feitas pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos ainda não foram plenamente atendidas pelo Estado brasileiro, o que mantém a discussão em torno da proteção dos direitos humanos e da responsabilização dos agentes envolvidos nos crimes.

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