No dia seguinte, um novo caso de violência contra a mulher chocou a Baixada Fluminense, quando uma mulher sofreu queimaduras durante uma discussão com seu companheiro em Nova Iguaçu. O agressor, mais uma vez, utilizou do fogo como forma de crueldade, jogando álcool no quarto do casal e provocando as chamas que atingiram a vítima em diversas partes do corpo.
Os crimes aconteceram em um momento em que as estatísticas oficiais apontam um preocupante aumento nos casos e tentativas de feminicídio no estado do Rio de Janeiro. De acordo com o Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro (ISP-RJ), nos dois primeiros meses deste ano, já foram registrados 20 feminicídios e 82 tentativas, totalizando 102 casos. Um aumento de 47,8% em relação ao ano anterior.
O feminicídio, crime agravado pelo fato da vítima ser mulher, é uma realidade que assola não só o Rio de Janeiro, mas todo o país. É importante ressaltar que a punição aos criminosos, embora necessária, não é suficiente para mudar essa realidade. A prevenção, através de campanhas educativas e garantia de acesso a serviços de acolhimento para mulheres em situação de violência, é fundamental para enfrentar esse cenário alarmante.
As pesquisadoras Jacqueline Pitanguy e Cristiane Brandão destacam a importância de atuar em diversas esferas, não se limitando apenas às punições criminais. A educação, a promoção de espaços de acolhimento e o combate à estrutura patriarcal são fundamentais para desconstruir a violência de gênero que permeia a sociedade brasileira. É necessário um esforço conjunto de toda a sociedade e das instituições governamentais para proteger e garantir os direitos das mulheres. Infelizmente, a história mostra que, enquanto essa luta não for abraçada por todos, novas tragédias como essas continuarão a acontecer.