Atualmente, Gabriela Hardt desempenha suas funções em uma vara recursal da Justiça Federal no Paraná. A decisão de afastamento também atinge dois desembargadores e um juiz do Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região, incluindo Carlos Eduardo Thompson Flores, Loraci Flores de Lima e o juiz Danilo Pereira Júnior.
Esses afastamentos foram considerados cautelares e serão objeto de análise na sessão que ocorrerá nesta terça-feira (16) no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O corregedor Salomão justificou as medidas tomadas citando supostas irregularidades cometidas pelos magistrados durante as atividades de investigação da famosa Operação Lava Jato.
Entre as alegações que levaram ao afastamento da juíza Gabriela Hardt, Salomão apontou irregularidades em decisões que autorizaram a transferência de aproximadamente R$ 2 bilhões provenientes de acordos realizados com os investigados no período de 2015 a 2019. Esses valores seriam destinados a um fundo gerido pela força-tarefa da Lava Jato, porém tiveram sua execução suspensa em 2019 pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
O corregedor indicou que a juíza pode ter praticado o que chamou de “recirculação de valores”, direcionando recursos obtidos em acordos de delação e leniência com os investigados na operação. Além disso, houve a alegação de que Gabriela Hardt teria discutido termos de acordo “fora dos autos” através do aplicativo de mensagens WhatsApp, sem registro processual ou contraditório adequado.
Diante dessas alegações, a assessoria de imprensa da Justiça Federal em Curitiba divulgou que a juíza não irá se pronunciar sobre seu afastamento. Contudo, a decisão do corregedor Salomão levanta questionamentos sobre a conduta dos magistrados envolvidos na Operação Lava Jato e ressalta a importância da atuação do Conselho Nacional de Justiça na fiscalização e manutenção da ética no Poder Judiciário.