Essa propriedade é a segunda ocupada pelas famílias de agricultores que reivindicam a reforma agrária na região. Anteriormente, em março de 2014, os trabalhadores ocuparam a Fazenda Araguarina, que passou por um processo de vistoria pelo Incra para desapropriação e destinação social. No entanto, uma ação judicial movida pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) no mesmo ano interrompeu o processo.
Na época, líderes do MST levantaram suspeitas de motivações políticas por trás da ação judicial, alegando pressão por parte de ruralistas sobre o Dnit para remover o acampamento localizado às margens da BR-153. O impasse foi rompido em abril de 2017, quando parte das famílias do acampamento Olga Benário ocupou a Fazenda Sinuelo, que já havia sido desapropriada pelo governo federal em 2006 devido ao uso ilegal da terra para atividades ligadas ao tráfico de drogas.
Com a definição do destino da fazenda, a Superintendência Regional do Incra no Tocantins iniciará o processo de inclusão das unidades familiares no Programa Nacional de Reforma Agrária. Isso garantirá o acesso das famílias às políticas públicas que asseguram a permanência e o desenvolvimento das atividades produtivas sustentáveis nas terras, incluindo o acesso a crédito.
O novo assentamento receberá o nome de Olga Benário, uma militante comunista de origem alemã conhecida por sua luta contra o fascismo e seu trabalho ao lado de Luís Carlos Prestes na Aliança Nacional Libertadora (ANL). A ANL era uma frente política que lutava por um governo revolucionário popular e contra o latifúndio e as ameaças fascistas.