Os promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) revelaram que o esquema fraudulento visava manipular licitações em 12 municípios paulistas, incluindo a capital, cidades da Grande São Paulo, interior e Baixada Santista. Segundo as investigações, ao direcionar os vencedores das licitações, os contratos beneficiavam os interesses da facção criminosa, envolvendo crimes como corrupção de agentes públicos, falsificação de documentos e lavagem de dinheiro.
Este desdobramento ocorre uma semana após o lançamento da Operação Fim de Linha, que também envolvia o PCC, desta vez em empresas de ônibus do transporte público da capital paulista. Quatro mandados de prisão foram cumpridos e a prefeitura de São Paulo tomou a decisão de assumir a gestão de duas empresas suspeitas de ligação com a facção criminosa.
As empresas em questão, UpBus e Transwolff, são responsáveis por transportar cerca de 650 mil passageiros diariamente e receberam mais de R$ 800 milhões em remuneração por contratos com a prefeitura em 2023. A medida de intervenção foi adotada para garantir a continuidade dos serviços à população e impedir que as atividades fossem interrompidas.
As investigações sobre os possíveis vínculos entre o PCC e empresas em setores estratégicos como transporte público demonstram a complexidade e a abrangência das operações do Ministério Público no combate à criminalidade organizada em São Paulo.