A perícia, em conjunto com a Polícia Científica do Pará, teve início no dia 17 de abril. Os corpos serão temporariamente sepultados em Belém até que suas identidades sejam estabelecidas e suas famílias sejam comunicadas oficialmente.
As autoridades acreditam que as vítimas podem ter vindo da África com destino às Ilhas Canárias, na Espanha, uma rota migratória comum para a entrada no continente europeu. A embarcação provavelmente saiu da Mauritânia, na África, e acabou desviando sua rota para o Brasil devido a correntes marítimas.
Segundo informações da PF, o processo de identificação está sendo realizado de forma cuidadosa e envolve mais de 30 pessoas em um trabalho multidisciplinar, seguindo o padrão de identificação de vítimas de desastres da Interpol. Diversos exames estão sendo realizados, incluindo radiológico, odontolegal, necropapiloscópico, entre outros.
Os dados coletados durante a perícia foram enviados para Brasília, onde o Instituto Nacional de Criminalística e o Instituto Nacional de Identificação da Polícia Federal estão trabalhando na identificação das vítimas, com o apoio da Interpol e de organismos internacionais.
Além dos corpos, diversos pertences e objetos foram encontrados na embarcação, incluindo 25 capas de chuva e 27 telefones celulares. Os celulares serão submetidos a exames periciais para obter informações que possam ajudar na identificação das vítimas.
A Polícia Federal ressalta que a migração de pessoas dos países africanos é uma questão humanitária complexa, e que estão empenhados em identificar as vítimas no menor tempo possível para que suas famílias possam ser informadas e receber o apoio necessário.