BRASIL – Líder comunitário do G10 Favelas pede alternativa à polícia para investigar denúncias de violência em Paraisópolis, São Paulo.

O líder comunitário Gilson Rodrigues, do bloco de empreendedores sociais G10 Favelas, fez uma declaração contundente nesta quinta-feira (18) ao propor uma alternativa à população para apurar denúncias de condutas questionáveis por parte da polícia. O motivo dessa reação foi o recente caso de um menino de apenas 7 anos que foi ferido durante um tiroteio em Paraisópolis, na capital paulista.

De acordo com a versão da Polícia Militar, a criança não foi atingida por um disparo de um dos seus agentes, que estariam envolvidos em um confronto com criminosos. No entanto, moradores da comunidade relataram que os policiais recolheram estojos de munição do chão logo após o incidente, levantando suspeitas sobre a origem do tiro que atingiu o menino.

Diante desse cenário, a proposta de Gilson Rodrigues de permitir que outras instâncias investiguem esse tipo de situação vem ganhando apoio nas redes sociais, juntamente com pedidos frequentes de desmilitarização das polícias. O líder enfatizou a importância de não depender apenas dos dados fornecidos pelas próprias forças de segurança, questionando a transparência e imparcialidade dessas informações.

Além disso, Rodrigues ressaltou que a população das favelas não escolhe viver nessa realidade, mas busca maneiras de melhorar suas vidas e as de seus familiares. Ele criticou a perpetuação da violência e da falta de justiça em casos como o Massacre de Paraisópolis, que só tiveram suas primeiras audiências anos depois dos acontecimentos, deixando marcas profundas nas comunidades afetadas.

Em relação ao menino ferido, o advogado que representa sua família informou que ele ainda está sob cuidados médicos e deverá passar por exames. Apesar da gravidade do incidente, a equipe médica acredita que não haverá danos permanentes em seu olho. A família, por sua vez, está considerando iniciar um processo judicial contra o Estado.

Diante desses acontecimentos, é crucial que se promova um debate sério e propositivo sobre a atuação policial em áreas vulneráveis, visando garantir a segurança e a integridade dos cidadãos, independentemente de sua origem ou condição social. A busca por soluções eficazes e transparentes deve ser uma prioridade das autoridades responsáveis pela segurança pública.

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