As regiões do Norte e Nordeste foram as mais impactadas, com 810 e 665 conflitos, respectivamente, seguidas pelo Centro-Oeste, Sudeste e Sul. O relatório aponta que a maioria dos conflitos envolveu disputas por terra, totalizando 1.724 ocorrências, representando 78,2% do total. Além disso, houve casos de conflitos por água (225) e trabalho escravo contemporâneo na zona rural (251).
A violência foi um fator preocupante nos conflitos por terra, com casos de invasões e uso de pistolagem. Os fazendeiros foram apontados como os principais agentes causadores de violência, juntamente com empresários e governos estaduais. A situação se agrava com a aprovação da tese do marco temporal no Congresso Nacional, limitando os direitos territoriais dos povos originários.
Para o coordenador nacional da CPT, Ronilson Costa, o governo brasileiro está falhando em mediar os conflitos no campo. Ele destaca a influência da extrema-direita em nível estadual e a necessidade de políticas efetivas para promover a reforma agrária. O programa Terra da Gente, lançado recentemente pelo governo federal, visa adquirir propriedades para a reforma agrária e implementar soluções legais para distribuição de terras.
Em meio a essas discussões, os povos indígenas continuam sofrendo com altos índices de violência e a busca por justiça e reconhecimento de seus territórios. O desafio persiste em encontrar um equilíbrio entre desenvolvimento econômico e respeito aos direitos fundamentais das comunidades tradicionais. A atuação do governo, do setor privado e da sociedade civil é essencial para garantir um futuro mais justo e sustentável para todos os envolvidos.