BRASIL – Cerca de 6,7% das crianças de 0 a 6 anos estão em extrema pobreza no Brasil, aponta estudo do Censo 2022.

O Brasil enfrenta desafios significativos quando se trata da infância, de acordo com os dados do último Censo. Com uma população de 18,1 milhões de crianças de 0 a 6 anos, o país tem cerca de 670 mil crianças que vivem em condições de extrema pobreza, o que representa 6,7% desse grupo. No entanto, sem o auxílio de programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, esse número poderia ser ainda mais alarmante, atingindo 8,1 milhões de crianças, o equivalente a 81%.

Um estudo realizado pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) em parceria com a Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal (FMCSV), chamado de “Perfil Síntese da Primeira Infância e Famílias no Cadastro Único”, analisou dados de outubro de 2023 do CadÚnico, sistema que concentra informações das famílias de baixa renda no país.

Os resultados indicaram que 55,4% das crianças de 0 a 6 anos estão nessas famílias de baixa renda. Além disso, 43% dos responsáveis por essas famílias não possuem nenhuma fonte de renda fixa, sendo o Bolsa Família a principal fonte de renda para 83% delas. A maioria das famílias com crianças na primeira infância são chefiadas por mães solo, que em sua maioria são pardas e têm entre 25 e 34 anos.

O estudo também revelou que algumas crianças estão em situações mais vulneráveis, como 11,1% de indígenas, 6,7% de quilombolas e 0,2% em situação de rua. Para enfrentar essas desigualdades, o Bolsa Família tem sido fundamental, e a criação do Benefício Primeira Infância visa chamar a atenção para a importância desse período na vida das crianças.

Ao analisar as diferenças regionais, observa-se que o Nordeste e o Norte concentram uma parcela significativa de crianças em situação de vulnerabilidade, enquanto no Sudeste, quase metade das crianças de 0 a 6 anos estão no CadÚnico. A disparidade socioeconômica entre as regiões evidencia a necessidade de uma política nacional integrada que atenda às especificidades das famílias mais vulneráveis.

O estudo também apontou desafios nos municípios, como falta de saneamento adequado em 71% das cidades da região Norte. O Caderno de Estudos desenvolvido pelo MDS desde 2005 busca construir conhecimento científico e gestão de políticas públicas, com foco na primeira infância. Esta nova edição traz uma série de publicações sobre o impacto de programas sociais na saúde infantil e os desafios enfrentados por mães no mercado de trabalho, proporcionando insights importantes para a formulação de políticas eficazes para a infância no Brasil.

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